Shoppings, bares e restaurantes passam a exigir passaporte da vacina nesta sexta (21) no RN
Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi
Shoppings, restaurantes, bares e outros estabelecimentos do Rio Grande do Norte devem começar a cobrar o passaporte da vacinação a partir desta sexta-feira (21), de acordo com o decreto publicado pelo governo do estado na última terça-feira (18).
Até então, apenas cinemas, teatros, festas e eventos esportivos eram obrigados a exigir o comprovante de vacinação no estado.
O documento determina que todos os ambientes fechados devem exigir a comprovação da vacina contra a Covid, assim como ambientes abertos com capacidade superior a 100 pessoas.
O anúncio do novo decreto com a medida foi feito em um coletiva de imprensa com representantes do governo do RN na noite de segunda-feira (17).
Os maiores shoppings de Natal fizeram publicações em suas redes sociais alertando sobre as novas medidas.
“O acesso de clientes, lojistas, colaboradores, terceirizados e demais prestadores de serviços passa a ser permitido mediante apresentação do esquema vacinal em conformidade ao calendário de imunização, através do site RN Mais Vacina, aplicativo Conecte SUS ou apresentação do Cartão de Vacina (frente e verso)”, afirmou o Natal Shopping.
Restaurantes e bares também anunciaram a seus clientes as novas medidas. Um bar da capital comunicou aos seus clientes que só poderia atender quem apresentasse o comprovante de vacinação e um documento com foto. A medida dividiu opiniões entre os clientes.
Segundo o governo, pelo menos agora, a medida não será exigida para igrejas e outros templos religiosos do estado.
Veja o que diz o decreto
Segmentos socioeconômicos
De acordo com o decreto, “os segmentos socioeconômicos de alimentação, a exemplo de bares e restaurantes, bem como centros comerciais, galerias e shopping centers que utilizem sistema artificial de circulação de ar deverão realizar o controle de entrada de cada indivíduo nas suas dependências, mediante comprovação do esquema vacinal em conformidade ao calendário de imunização”.
O decreto reforça que ficam dispensados da obrigatoriedade os estabelecimentos de alimentação em locais abertos com capacidade máxima de 100 pessoas.
Eventos de massa
Segundo o texto, “os eventos de massa, sociais, recreativos e similares, inclusive aqueles sem assento para o público, deverão exigir, para acesso ao local, a comprovação do esquema vacinal”. A exceção fica para eventos de massa com no máximo 100 pessoas e ventilação natural.
“O descumprimento aos protocolos previamente aprovados pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) ensejará na suspensão imediata do evento”.
O documento diz ainda que os municípios poderão definir medidas e protocolos específicos, prevendo medidas mais protetivas, para eventos de menor porte.
Serviço público estadual
Os órgãos e entidades da Administração Pública Direta e Indireta do Estado deverão regulamentar “a forma de atendimento ao seu público-alvo, recomendando-se, neste sentido, a adoção da obrigatoriedade de comprovação do esquema vacinal em conformidade ao calendário de imunização”.
Recomendação aos municípios
Entre as recomendações, estão fiscalizar o cumprimento de medida sanitária; implantar medidas de restrição coordenada, simultânea e regionalizada; esclarecer situação da pandemia à população; realizar busca ativa da população não-vacinada; suspender realização de festas e eventos públicos de qualquer natureza; disciplinar acesso às praias, lagoas, cachoeiras, açudes, rios e similares; disciplinar funcionamento do transporte público e impedir acesso de passageiros sem utilização das máscaras em transporte público ou privado.
O texto cita ainda que se deve esclarecer sobre a situação pandêmica atual, inclusive sobre o surto de Influenza; reorganizar as feiras e similares de modo a assegurar o distanciamento social, evitando-se aglomeração de pessoas, mantendo as condições de higiene dos respectivos ambientes.
Fiscalização pelo município
“Os municípios deverão intensificar a fiscalização do cumprimento das medidas sanitárias de enfrentamento e prevenção ao novo coronavírus estabelecidas por este Decreto e nos protocolos setoriais, coibindo aglomerações, seja em espaços públicos ou privados, abertos ou fechados, sem prejuízo da possibilidade de, no âmbito de sua competência, editar medidas mais restritivas”.
Como vai ser cobrado
O secretário de Saúde do RN, Cipriano Maia, explicou na coletiva do governo na segunda (17) que a exigência vai ser feita considerando comprovantes oficiais como o ConecteSUS, o RN+ Vacina e a própria carteira de vacinação, de papel. “Se você já era pra ter tomado a terceira dose, vai ser exigida a terceira dose”, explicou.
“É preciso que lá na porta o restaurante o bar cobrem a vacina, porque se não nós vamos estar jogando aqui todo esse trabalho em parceria com os municípios fora”, reforçou o secretário estadual de Gestão de Projetos e Metas, Fernando Mineiro, que disse ainda que o governo vai disponibilizar as forças de segurança para agir no cumprimento da medida.
“A sociedade precisa entender que é necessário ter o passaporte de vacina pra acessar qualquer local. E as forças de segurança vão estar à disposição do município”, pontuou.
Alto contágio e necessidade da vacinação
O secretário de Saúde explicou que a vacinação segue como fundamental para evitar o agravamento pela doença.
“No Brasil é o momento de alerta, da gente mobilizar a sociedade e os sistemas de saúde para que a gente possa conter a transmissão. Segundo, avançar na vacinação, porque as pessoas que estão se internando em grande maioria são não vacinados ou com vacinação incompleta”, explicou.
Segundo ele, a situação “é de extrema alerta”.
“Nós estamos vivendo um sobreposição de duas epidemias. A epidemia da Covid, que tem uma terceira onda em função da ômicron, que tem se mostrado muito mais transmissível que as outras, a proporção de testes positivos muito elevada. E a epidemia Influenza (gripe), que tem levado muita gente pra cama, afastado do trabalho, superlotado as UPAs trazendo também um quadro de muita preocupação, até porque muitos profissionais da saúde têm se afastado. É um quadro extremamente preocupante”.
Por g1 RN
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