Policiais protestam contra falta de novas propostas do governo
Foto: Magnus Nascimento
Policiais civis do RN fizeram, nessa terça-feira, um protesto em frente à Assembleia Legislativa para pressionar o Governo do RN pela aprovação do projeto de lei do auxílio-fardamento. O PL precisa ser anunciado para votação na sessão desta quarta-feira para ser votado na sessão plenária da quinta-feira (18). Os policiais civis suspenderam as diárias operacionais, que são serviços extra realizados pelos servidores para completar a escala da instituição. O presidente do Sinpol, Nilton Arruda, propõe ainda o fim dos plantões noturnos, caso o governo não envie nenhuma nova proposta de reajuste. Outro protesto será realizado hoje, em frente à governadoria.
De acordo com o presidente do Sinpol, as ações implementadas pela categoria devem se tornar cada vez mais abrangentes, visando a restrição de mais atividades. Para ele, a gestão da Governadora Fátima Bezerra (PT) tem demonstrado “falta de respeito” com os trabalhadores, e estes estão reagindo na proporção da atitude da administração. “Ou o governo do Estado tem o mínimo de respeito por nós e atende a nossa solicitação, que é uma proposta de impacto financeiro bem pequeno, ou vamos endurecer nossas ações, de forma que muitas pessoas serão prejudicadas. A população será prejudicada, mas a responsabilidade maior é do Governo do Estado”, disse.
Desde a segunda-feira (15), os policiais civis interromperam os serviços de diárias operacionais, que funciona por meio de escalas em trabalhos extraordinários. De acordo com a Polícia Civil, as delegacias funcionam normalmente, lidando apenas com reduções no contigente para operações e serviços extras. Porém, segundo Arruda, a decisão dos policiais sobrecarregou o serviço em delegacias regionais na Grande Natal. Como exemplo, o presidente citou a 3ª Delegacia de Plantão em Parnamirim. “Os serviços de plantão dos foram prejudicados em várias regionais que precisam das diárias operacionais para complementar o contingente de agentes. Muitos plantões em regionais de cidades próximas da Região Metropolitana estão sendo redirecionadas para as delegacias da capital. Em Parnamirim, 50% do plantão é de pessoas em diárias operacionais. Antes da nomeação dos novos policiais, esse número chegava a 90%. Então está sendo afetado”, relatou.
Enquanto apontava os efeitos da suspensão de diárias operacionais, Nilton voltou a criticar o silêncio do Executivo diante das solicitações dos policiais civis, que também reivindicam o auxílio-alimentação. “A nossa paciência já foi além do limite. Já que o Governo do Estado espera uma radicalização do nosso movimento, então vamos atender o que eles querem”, afirmou.
Durante o movimento de protesto desta terça-feira, mais de 600 policiais civis (acrescentando agentes e escrivães lotados de Mossoró e região, bem como o Seridó) participaram das ações em todo o Estado, sendo 455 advindos da capital. Os policiais também reivindicam a nomeação de 153 concursados já nomeados.
A proposta de paralisar os plantões noturnos será discutida pelo sindicato nos próximos dias.
Tribuna do Norte
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