Defesa Civil Nacional instala sala de monitoramento no RN

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Magnus Nascimento

A Defesa Civil Nacional anunciou a instalação de um escritório do órgão em Natal. Chamada de “Sala de Operações Federais”, o anúncio foi feito pelo secretário nacional da Defesa Civil, coronel Alexandre de Lucas, numa reunião na Prefeitura de Natal nesse sábado (09).

A sala está instalada na sede da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn) e começou a operar no próprio sábado. No final de semana, o secretário nacional se despede de Natal, mas técnicos da Defesa Civil Nacional permanecerão na capital para acompanhar o desastre no Estado e prestar apoio aos municípios.

Neste domingo (10), a sala de operações convocou uma reunião às 10h com os engenheiros das cidades atingidas. O objetivo é dar orientação técnica para que os municípios preencham corretamente os planos de trabalho com solicitação de recursos.

Segundo Alexandre de Lucas, a Defesa Civil possui recursos necessários para atender todas as cidades, desde que as ordens burocráticas sejam atendidas corretamente. “São planos de trabalho simples, não precisam de projeto. São informações básicas para a gente saber quanto que cada município vai precisar”, afirmou Lucas.

O secretário veio a Natal para acompanhar os prejuízos das chuvas na região. Na reunião na sede da municipalidade, estavam presentes o prefeito Álvaro Dias (PSDB) e os prefeitos dos municípios mais afetados, especialmente da região metropolitana. Outros presentes eram o presidente da Bancada Federal do Rio Grande do Norte, deputado Benes Leocádio (UB) e o senador Styvenson Valentim (PODE).

A tônica geral da reunião foi o pedido dos prefeitos para que haja celeridade na disponibilização dos recursos. Os chefes dos Executivos solicitaram, dentre outros pedidos, o aluguel de máquinas, mais motobombas para retirada da água acumulada, mangueiras e a disponibilização de cestas básicas para os atingidos pelas enchentes.

De acordo com Lucas, parte dos recursos já entraram para as cidades. “Há recursos do Ministério da Cidadania, disponíveis fundo a fundo, que podem ser acessados assim que há o reconhecimento da situação de emergência. Ou seja, tem saldos que já estão disponíveis na conta das Prefeituras”.

A reunião foi aberta pelo prefeito Álvaro Dias. Segundo ele, o volume de chuvas recentes é “insuportável”. “Não há sistema de drenagem que suporte um volume de chuvas dessa magnitude. É algo impensável, inacreditável, e trouxe danos e estragos sérios à nossa cidade”. De acordo com Dias, a solução foi recorrer à União.

“Nós tivemos de recorrer ao Governo Federal porque realmente é quem pode nos ajudar a solucionar essa problemática. Tivemos crateras enormes abertas, prejuízos sérios causados em vários locais da cidade.”

No Estado, 16 municípios já decretaram estado de emergência como resultado das fortes chuvas na região: Natal, Ceará Mirim, São Gonçalo do Amarante, Macaíba, Parnamirim, Nísia Floresta, Extremoz, Touros, Nova Cruz, Canguaretama, Montanhas, Várzea, Espírito Santo, Pedro Velho, Tibau do Sul e Ielmo Marinho. O  encontro reuniu ainda o Ministério do Desenvolvimento Regional, DNIT, Exército, DNOCS, e as Defesas Civil Nacional e Estadual.

Até o início da tarde deste sábado (9), o Rio Grande do Norte possuía 2.089 pessoas desalojadas, 1.556 desabrigadas e 80.141 afetados pelas chuvas. Os desalojados são pessoas que foram obrigadas a sair de suas moradias temporariamente, e não necessariamente precisam de abrigo do poder público. Podem ir para casa de parentes ou amigos, por exemplo. Os desabrigados são pessoas que precisam de abrigo público por um período temporário em função de danos ou ameaças de danos em suas casas por conta de desastres. Por outro lado, a categoria de afetados atende àquelas pessoas que de alguma forma foram prejudicadas pelas chuvas e tiveram suas rotinas alteradas.

“Eu não posso sair de casa porque a minha rua foi destruída, ou uma ponte caiu e as comunidades ficaram sem acesso. Não precisei sair de casa, mas a água entrou e danificou meus móveis”, exemplifica o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Marcos Carvalho. “Se aquele desastre me afetou ao ponto de alterar a minha rotina, eu sou um afetado.”

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