Chuvas deixam reservatórios do RN com 49,74% da capacidade total
Foto: Adriano Abreu
As chuvas acima da média nos meses de janeiro e fevereiro, no Rio Grande do Norte, trouxeram efeitos positivos no Estado. De acordo com o Instituto de Gestão das Águas do RN (Igarn), as reservas hídricas superficiais totais acumularam 2.197,10 bilhões de m³, percentualmente, 49,74% da sua capacidade total, que é de 4.416,78 bilhões de m³.
Dentre os principais mananciais do estado, a barragem Armando Ribeiro Gonçalves, a maior do RN, acumulou 1.230,56 bilhão de m³, correspondente a 51,86% da capacidade total, que é de 2,373 bilhões de m³, no dia 15 de fevereiro. Em Apodi, no reservatório de Santa Cruz do Apodi, foi acumulado 57,43%, que totaliza 344,4 milhões de m³ da capacidade total de 599,712 milhões de m³. Já o de Umari, em Upanema, foi um dos que registrou o maior acúmulo, com 219,15 milhões de m³, que equivale a 74,84% do total, que é de 292,81 milhões de m³.
O Igarn detalhou à reportagem da TRIBUNA que a barragem Armando Ribeiro Gonçalves vem aumentando seu volume de forma constante. Enquanto Santa Cruz do Apodi chegou a registrar aumento de volume no período, embora no comparativo esteja com volume menor. A de Umari ainda não teve recarga significativa.
Segundo o Instituto, no período de 15 de fevereiro a 28 de fevereiro, outros reservatórios tiveram pequenas recargas. São eles: Bonito II, localizado em São Miguel; os açudes públicos de Marcelino Vieira e Encanto; a barragem de Pau dos Ferros; Santa Cruz do Trairi, em Santa Cruz; Mendubim, em Assu; Rio da Pedra, em Santana do Matos; Caldeirão de Parelhas, em Parelhas, Malhada Vermelha, em Severiano Melo e Tourão, em Patú. Alguns açudes ainda não receberam água da chuva de forma relevante, como foram os casos de: Esguicho, em Ouro Branco; Japi II, em São José do Campestre; e Inharé, em Santa Cruz.
“Em fevereiro os reservatórios começaram a receber água. Embora o incremento ainda seja pequeno, é bastante significativo para algumas regiões. Dourado é um açude que abastece parte da cidade de Currais Novos e estava com cerca de 1% no início de fevereiro, já chegamos ao percentual de 24% de sua capacidade com essas chuvas de fevereiro. Gargalheiras que estava, também, praticamente seco, e atende também a Currais Novos e a Acari, cidade que também estava sob risco de colapso, já está com quase 5% de volume de água armazenado”, conta Paulo Sidney, diretor-presidente do Igarn.
De acordo com Gilmar Bristot, meteorologista da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), as chuvas de fevereiro estão 20% acima da média em todas as regiões do estado. Para os próximos meses, é necessário analisar com calma algumas questões. “Pelo menos até o dia 10 de março, no que eu analisei, nós continuaremos tendo chuvas, boas chuvas em todas as regiões”, esclarece.
No mês de janeiro, segundo o Instituto de Gestão das Águas do RN (Igarn), choveu em média de 79,7mm, com um percentual de 29,4% acima do volume esperado para o período, que era a média de 61,6mm. Foram registradas chuvas acima do esperado na maioria das regiões do estado, com destaque para a Região Agreste Potiguar, seguida das Regiões Central Potiguar, Leste Potiguar e Oeste Potiguar.
Para os meses de março e abril, há uma forte tendência de chuvas em torno do normal, em todas as regiões do estado. Diante deste contexto, ocorrerá recarga dos mananciais hídricos do RN, a depender significativamente da característica da chuva, e onde acontecerão com mais intensidade. Já para o período de abril e maio, será feito o monitoramento para ver se as chuvas melhoram um pouco.
“Mas pelo o que já aconteceu até agora, em fevereiro, o Seridó, uma das regiões mais castigadas pela falta de armazenamento de água, está tendo uma boa recuperação. O Acari, o açude Gargalheiras, o açude Dourado, em Currais Novos, alguns açudes no Médio Oeste, em Ipanema, alguns aqui do Agreste, já estão com água, um bom volume de água armazenada”, explicou.
Tribuna do Norte
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