RN tem aumento de 23% nos registros de casos de estupro de vulnerável em 2023

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Foto: Francielly Medeiros/Inter TV Cabugi

Por Inter TV Cabugi e g1 RN

O Rio Grande do Norte teve um aumento de 23,4% no número de casos registrados de estupro de vulnerável – praticado contra crianças e adolescentes de até 14 anos – nos cinco primeiros meses deste ano.

Os dados são da Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais (Coine) e foram repassados pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) a pedido da reportagem da Inter TV Cabugi.

Ao todo, até o dia 23 de maio deste ano, o RN teve 295 ocorrências de estupro de vulnerável registradas pela Sesed. Esse número representa quase dois casos por dia no estado. Entre janeiro e maio (o mês inteiro) de 2022, foram 239.

Registros de estupro de vulnerável no RN

Mês20222023
Janeiro3877
Fevereiro3953
Março6855
Abril4266
Maio5244
Total239295

Fonte: Sesed

O mês com mais ocorrências em 2023 foi o de janeiro, com 77 casos – o que já é um número maior do que qualquer mês desde 2022.

Em todo o ano de 2022, inclusive, o Rio Grande do Norte registrou 653 casos de estupro de vulnerável, de acordo com a Sesed.

Mais delegacias e novas leis

Para a diretora do Departamento de Proteção a Grupos em Situação de Vulnerabilidade da Polícia Civil, a delegada Paoulla Maués, o aumento ocorre, entre outros motivos, pelo maior número de delegacias especializadas na Proteção da Criança e do Adolescente.

“Criamos uma [delegacia especializada] em Mossoró e uma em Parnamirim, que não tinham no ano passado. Então é natural que o número de registros aumente, porque a própria população passa a dar uma maior credibilidade numa delegacia especializada, sabendo que vai ter aquele atendimento qualificado e se encorajam para fazer o registro”, explicou.

Apenas as Delegacia de Proteção a Criança e Adolescente (DPCA) de Natal, Parnamirim e Mossoró, instauraram 144 procedimentos policiais neste ano – sendo 114 inquéritos policiais e 30 Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCOs). Ao total, foram 15 prisões entre todas as DPCAs.

O outro fato, segundo Maués, é a mudança nas leis, que criaram, em algumas situações, “o dever de comunicação” à polícia.

“Por exemplo, uma lei do ano passado determinou que hospitais públicos e privados notificassem sempre que ocorrer ou tiver indicios de violência contra a mulher, contra a criança e adolescente. Então havendo esse tipo de indício de violência nesse publico, eles tem o dever de comunicar”, disse

Dia Nacional do Combate a Exploração Infantil

Neste mês de maio – em que se celebra no dia 18 o Dia de Combate à Exploração Infantil – ações organizadas pelas DPCAs terminaram com a prisão de 8 suspeitos de crime contra vulneráveis e mais 5 mil arquivos digitais de pornografia infantil apreendidos. Três adolescentes foram resgatadas da exploração infantil.

Além das ações de investigação partindo da polícia, a delegada Paoulla Maués indica a importância dos pais estarem atentos às mudanças comportamentais de filhos crianças e adolescentes.

“Quantos casos são levados pra delegacia especializada em que a própria mãe percebeu a mudança repentina da criança e conseguiui entender a violência que ela estava sofrendo?”, alertou.

“Normalmente crimes contra criança e adolescente são praticados por pessoas conhecidas, parentes da criança, família”, frisou.

* Todos os comentários são de responsabilidade dos seus autores.

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