RN não atinge meta de cobertura vacinal infantil para nenhuma das vacinas de rotina desde 2018
Foto: Almir Gadelha/SVM
Dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap) analisados pelo Instituto Santos Dumont (ISD) apontam que, desde o ano de 2018, o Rio Grande do Norte não alcança a meta de cobertura vacinal recomenda pelo Ministério da Saúde para nenhuma das vacinas de rotina indicadas para as crianças de até um ano de idade.
O levantamento preocupa especialistas da área de saúde diante da possibilidade de retorno de doenças já consideradas erradicadas, como a poliomielite. “A recusa na vacinação tem sido associada a surtos de varicela, doença pneumocócica, sarampo e coqueluche. Recentemente, estamos acompanhando relatos de volta de doenças controladas há vários anos, como a poliomielite”, conta a preceptora infectologista do ISD, Carolina Damásio.
Das 11 vacinas que constam no calendário infantil até 1 ano de vida, apenas as de BCG e Hepatite B atingiram as metas de 90% no ano de 2018, segundo a Sesap. Após esse ano, nenhuma das vacinas obrigatórias atingiu os percentuais indicados pelo Ministério da Saúde, que variam de 90% a 95%.
A poliomielite é uma doença contagiosa causada por um vírus, que pode infectar crianças e adultos e levar à paralisia dos membros inferiores nos casos mais graves. A única forma de prevenção é a vacina, obrigatória para todas as crianças menores de 5 anos.
Os índices de cobertura vacinal do sarampo no RN também preocupam profissionais da saúde. Apesar da campanha nacional realizada pelo Ministério da Saúde para incentivar a imunização, apenas 36% das crianças até 4 anos de idade haviam sido vacinadas até o começo do mês de agosto, de acordo com dados da plataforma RN + Vacina.
Os baixos índices de cobertura vacinal não são exclusividade do Rio Grande do Norte. A cobertura vacinal contra pólio chegou a 100% em 2013; ficou em 84,74% em 2017; e no ano passado despencou para 67,71%. Três a cada dez crianças não foram vacinadas, segundo o DataSus.
“Quedas nos índices de vacinação infantil podem trazer sérios riscos à saúde pública, como retorno de doenças controladas ou já erradicadas, ocasionando sofrimento desnecessário a crianças menores (incluindo sequelas permanentes) e desperdícios de recursos geralmente já limitados na saúde”, reforça a preceptora infectologista Carolina Damásio.
Campanha de vacinação da Poliomielite
A campanha nacional de vacinação contra poliomielite e multivacinação para atualização da caderneta de vacinação da criança e do adolescente teve início na segunda-feira (8). A campanha segue até o dia 9 de setembro, e a expectativa é atingir a meta de cobertura vacinal de 95%, preconizada pelo Ministério da Saúde.
Por g1 RN
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