Pfizer/BioNTech vão produzir 500 milhões de doses a mais de vacinas contra a Covid em 2021
Foto: Charly Triballeau/AFP
Por France Presse, G1
O laboratório alemão BioNTech anunciou nesta terça-feira (30) que pretende fabricar até 2,5 bilhões de doses de sua vacina contra a Covid-19 desenvolvida com a americana Pfizer — o que representa 500 milhões de doses ou 25% a mais do que inicialmente anunciado.
O anúncio ocorre após o ministro da Saúde do Brasil, Marcelo Queiroga, pedir à Pfizer que antecipe a entrega de 50 milhões de doses. O país comprou 100 milhões de doses das farmacêuticas, e a previsão é que as primeiras cheguem entre abril e maio, segundo o governo.
A empresa alemã diz que a capacidade deverá aumentar devido à ampliação da rede de produção e à otimização dos processos de produção, além da autorização para retirar seis doses de um frasco (em vez de cinco).
A BioNTech afirmou que, até 23 de março, ela e a Pfizer já entregaram “mais de 200 milhões de doses” da vacina contra a Covid-19 em todo o mundo.
As farmacêuticas já tem pedidos de 1,4 bilhão de doses neste ano, mas a BioNTech disse esperar “um aumento da demanda”.
Produção na Alemanha
A empresa conseguiu na semana passada autorização para um novo local de produção de doses na Alemanha, em Marburg, que deve produzir 250 milhões de vacinas ainda no primeiro semestre — e a capacidade pode chegar a um bilhão de doses por ano.
A fábrica de Marburg, cidade a cerca de 100 quilômetros de Frankfurt, será o segundo centro de produção da vacina da Pfizer/BioNTech na Europa.
O primeiro é a planta de Puurs, na Bélgica, e o imunizante também é produzido em três unidades nos Estados Unidos.
Mais de 65 países
A vacina da Pfizer foi a primeira a ser autorizada no Reino Unido (em 2 de dezembro), nos Estados Unidos (13 de dezembro) e na União Europeia (21 de dezembro).
Ela atualmente é usada em “mais de 65 países e regiões”, segundo Ugur Sahin, chefe e cofundador da BioNTech.
Sahin diz que “já estamos vendo os primeiros sinais de queda nos casos de Covid-19 e da mortalidade em vários países” e que os laboratórios agora trabalham em pesquisas sobre as variantes do coronavírus e em testes clínicos adicionais, como a aplicação em crianças e adolescentes.
Lucro em alta
Segundo a BioNTech, a vacina contra a Covid-19 permitiu à empresa alemã ter um lucro anual de 15,2 milhões de euros já em 2020 (mais de R$ 100 milhões), revertendo um prejuízo de 179,2 milhões de euros em 2019 (mais de R$ 1,2 bilhão na cotação atual).
A empresa espera uma receita total de 9,8 bilhões de euros com os contratos já assinados, o equivalente a mais de R$ 66 bilhões.
A BioNTech gastou 645 milhões de euros em pesquisas no ano passado (mais de R$ 4,3 bilhões), um aumento acentuado devido ao desenvolvimento da vacina contra o novo coronavírus.
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