Justiça Eleitoral recomenda que Polícia Militar seja avisada com antecedência de movimentações políticas no RN
Foto: Sara Cardoso/Inter TV Cabugi
Por Sara Cardoso, Inter TV Cabugi
O caso registrado na última segunda-feira (5), no município de Pedro Velho, mobilizou representantes da Justiça Eleitoral, justiça comum, comandos de Polícia Militar e Civil e a Secretaria de Estado da Segurança Pública para uma reunião na sede do Tribunal Regional Eleitoral nessa quarta-feira (7). Naquela oportunidade, duas pessoas morreram durante uma movimentação política e o segurança de um candidato a prefeito foi esfaqueado. O encontro no TRE definiu ações que devem ser tomadas por políticos e pela Polícia Militar durante os próximos dias de campanha no Rio Grande do Norte. A principal medida é a comunicação prévia quanto a movimentações políticas em todo o estado. A Procuradoria Regional Eleitoral vai expedir de imediato uma recomendação para os partidos.
“A orientação é de comunicar os eventos, comícios, carreatas, às forças de segurança para que elas possam ordenar o trânsito, a segurança da população. Isso tem sido um ato falho dos partidos e dos candidatos. Quando isso não é feito, dificulta o trabalho da Polícia Rodoviária Federal, quando se trata de BR, e da Polícia Militar, quando se trata de rodovias estaduais”, disse Ronaldo Chaves, procurador regional eleitoral.
“Os partidos políticos têm que cumprir a lei eleitoral. Quando for realizar algum evento, comunicar de forma prévia às forças de segurança pública, tanto a Polícia Civil como a Polícia Militar, para que as instituições possam adotar medidas para garantir esse evento político”, reforçou o coronel Francisco Araújo, secretário de Segurança do RN.
O pedido do desembargador Cláudio Santos, corregedor geral e vice-presidente do TRE, foi de que, a partir de agora, a Polícia Militar deve ser muito mais incisiva nas fiscalizações. “A Justiça Eleitoral não vai tolerar nenhum excesso. Vai aplicar com dureza a lei e nós vamos ter eleições tranquilas no Rio Grande do Norte. Esperamos a colaboração dos políticos, primeiramente, e de todas as pessoas envolvidas, para que a manifestação do cidadão possa se realizar com tranquilidade”, disse.
Sobre o caso em Pedro Velho, o candidato a prefeito Júnior Balada (DEM) estava fazendo visitas a casas na zona rural quando houve um tumulto. Um homem teria tirado uma faca da cintura e um segurança do candidato sacou a arma e atirou contra dois homens, que eram irmãos. Os dois morreram. O segurança, que foi identificado com policial militar da Paraíba, está internado no Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, em Natal. A arma utilizada no crime pertence à corporação e foi apreendida.
“Ele (segurança) está internado. Logo que ele tiver condição de ser ouvido, ele é peça chave para o esclarecimento dos fatos. Mas tem outros elementos que estão sendo apurados. Várias pessoas que estavam na movimentação política e puderam ver as coisas de mais perto já foram ouvidas. A gente espera que o conjunto dessas diligências forme o quadro do que de fato ocorreu naquela noite”, falou Inácio Rodrigues, diretor da Polícia Civil do interior.
A comarca da promotoria de justiça de Pedro Velho também vem registrando ocorrências em municípios vizinhos. “Infelizmente, aconteceu esse ato gravíssimo em Pedro Velho, em que a violência foi extrema, que se chega à morte de uma pessoa. Tudo deve ser apurado para que se verifique a responsabilidade de quem praticou esse ato. Mas é o cenário materializado daquilo que a gente já vê como guerrilha”, contou Clayton Barreto, promotor da comarca de Pedro Velho.
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