Internações por Covid em UTIs caem pela metade em um mês no RN
Foto: Sandro Menezes
A internações por Covid em UTIs públicas caíram 54% no período de um mês no Rio Grande do Norte. Os dados estão no sistema Regula RN, que monitora a rede de assistência em todo o estado desde o início da pandemia.
No dia 11 de julho, o estado tinha 213 pessoas internadas em leitos críticos nos hospitais com Covid. Na última quarta-feira (11), dia mais recente com o relatório fechado no sistema, o Regula RN registrava 96 pacientes.
Atualmente, o Regula RN indica que o estado tem 31% de ocupação dos leitos críticos de Covid, tendo a Região Seridó na situação mais tranquila, com 11%.
Em um relatório do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (Lais/UFRN), que foi publicado nesta quinta-feira (12), os cientistas apontam a relação direta dessa redução com a vacinação.
“É possível identificar a eficácia da imunização, pois demonstra a redução das internações dos idosos em relação à população não-idosa. E agora mais recentemente, com a imunização da população não idosa, já é possível verificar que não há mais diferença entre as internações para esses dois grupos na população”, explica o relatório.
Apesar da melhora nos índices, o relatório reforça a necessidade de acelerar o processo de vacinação neste momento. “É preciso pressionar o Ministério da Saúde para ampliar o envio de remessas de vacinas para os estados, a fim de acelerar o processo de imunização no estado. Somente desta forma será possível promover o bloqueio vacinal da disseminação do Sars-CoV-2 e mitigar o desenvolvimento de novas potenciais variantes”, cita o documento.
“Paralelamente, é necessário reforçar a vigilância em saúde nos portos, nos aeroportos e nas rodovias federais para conter/retardar a introdução das outras variantes anteriormente identificadas no estado”.
Perfil das internações
Durante boa parte da pandemia, os idosos representaram o grupo com mais internados. Desde de maio deste ano, com a conclusão do ciclo vacinal de boa parte das pessoas acima de 60 anos, esse número tem reduzido e chegou a ser de 26% – sendo os outros 74% de não-idosos.
No atual momento, o que ocorre é também a queda de internações das pessoas abaixo de 60 anos.
“A gente está num momento da pandemia em que os resultados da vacinação em massa começam a aparecer de forma muito expressiva na redução do número de casos, de óbitos, dos internamentos”, explicou o epidemiologista Ion de Andrade, da UFRN, em entrevista ao Bom Dia RN.
“O Brasil tem a vantagem na estratégia adotada de vacinar esses grupos. Portanto hoje, embora toda a população não esteja vacinada, a gente tem um contingente de vacinados concentrado nas populações mais vulneráveis. Isso refletiu na redução dos internamentos de idosos e agora se espraiou inclusive para os não-idosos”.
As solicitações por leitos críticos também caíram. No dia 26 de maio, elas chegaram ao seu maior número: 156. Na quarta (11), foram 18 solicitações em todo o estado.
O relatório do LAIS também aponta para uma consequente redução no número de casos e de óbitos.
“Nesse sentido, à medida que o processo de imunização avança, o número isolado de novos casos diários passa a ter uma importância menor, enquanto o número de hospitalizações em leitos críticos e óbitos em decorrência da Covid deve ser avaliado com mais atenção”, diz o relatório.
Com a redução de internações, o governo do RN passou a reverter os leitos críticos que eram de Covid para atendimento de outras doenças. O estado também retomou as cirurgias eletivas.
Vacinação
De acordo com o RN+ Vacina, o RN tem atualmente 1,7 milhão de pessoas vacinadas com pelo menos uma dose contra a Covid. Outras 645 mil estão com a imunização completa com as duas doses e mais 53 mil tomaram a dose única da Janssen, também completando o esquema vacinal.
No estado, os principais municípios já começam a caminhar para concluir a vacinação dos adultos. Em Natal, nesta sexta-feira (13), começam a ser vacinados pessoas de 21 anos. Outros municípios do estado já completaram a vacinação na população adulta, sendo São Rafael o primeiro.
Por G1 RN
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