Governo do RN inaugura monumento em homenagem a centenário de Paulo Freire e às ’40 horas de Angicos’
Foto: Raiane Miranda
Quem passar pelo quilômetro 180 da BR 304, no lado esquerdo da rodovia no sentido Natal-Angicos, próximo ao pico do Cabugi, na região Central, vai se deparar com um monumento inaugurado neste domingo (19) pelo governo do Rio Grande do Norte em homenagem ao centenário de Paulo Freire e ao episódio conhecido como “As 40 horas de Angicos”.
Considerado patrono da Educação brasileira, Pulo Freire alfabetizou, há cerca de 58 anos, na localidade, 300 adultos, entre homens e mulheres do campo.
A obra do escultor Guaraci Gabriel mede 12 metros de altura, 7 metros de largura, e foi instalada no terreno da Fazenda Serra Talhada. Cerca de 3,5 toneladas em materiais de ferro foram usadas na confecção da escultura.
“Não estamos homenageando uma pessoa qualquer. Estamos falando de uma pessoa que tem mais de 40 títulos de doutor honoris causa. Um intelectual traduzido para mais de 20 idiomas e que se tornou o terceiro pensador mais citado do mundo em universidades da área de humanas”, declarou a governadora Fátima Bezerra (PT), na solenidade de inauguração.
Quarenta Horas de Angicos
Coordenada pela Fundação José Augusto, a celebração do centenário de nascimento Paulo Freire teve início na tarde de domingo na Casa de Cultura da cidade, onde foi inaugurada uma sala em homenagem ao educador.
O evento contou com a presença de alunos e alunas da turma de Paulo Freire, como foi o caso de seu Paulo Alves de Souza, 79, conhecido como Paulo da Carroça, que tinha 22 anos quando foi alfabetizado.
“Deus levou muitos de nós, mas ainda tem uns 15 daquela época. Eu e meus companheiros estamos muito felizes e esse é um momento de gratidão por vocês se lembrarem de nós. Foi uma diferença maravilhosa em nossas vidas”, disse ele.
A festividade cultural ao pé do pico do Cabugi contou com participação da cantora Cida lobo e do saxofonista Joedson do Sax, e encerrou com recital do poeta Antônio Francisco.
40 horas
A experiência, inédita no Brasil e implantada em Angicos, tinha uma meta ousada: alfabetizar adultos em 40 horas. O método Paulo Freire estimula a alfabetização dos adultos mediante a discussão de suas experiências de vida entre si, através de palavras presentes na realidade dos alunos, que são decodificadas para a aquisição da palavra escrita e da compreensão do mundo.
O método Paulo Freire foi desenvolvido no início dos anos 1960 no Nordeste, onde havia um grande número de trabalhadores rurais analfabetos e sem acesso à escola. Com a ditadura militar de 1964, Paulo Freire foi preso e exilado, e seu trabalho interrompido.
Por G1 RN
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