Brasil cria 142,69 mil postos formais de trabalho em 2020, diz governo

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Por Alexandro Martello, G1

O Brasil gerou 142.690 empregos com carteira assinada em 2020, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quinta-feira (28).

Esse resultado é a diferença entre as contratações e as demissões. No ano passado, o país registrou 15.166.221 contratações e 15.023.531 demissões.

De acordo com dados oficiais, 2020 foi o terceiro ano seguido com geração de empregos formais. Entretanto, foi o pior resultado para um ano fechado desde 2017 – quando foram fechadas 20.832 vagas com carteira assinada.

O resultado positivo aconteceu apesar da pandemia de Covid-19. A estimativa mais recente dos economistas dos bancos é de que o PIB brasileiro teria caído 4,3% em 2020. Nos últimos meses, porém, dados já apontam para uma recuperação do nível de atividade e saída da recessão.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, avaliou que a criação de empregos formais em 2020 é uma “grande notícia”.

“Em um ano terrível em que o PIB caiu 4,5%, criamos 142 mil novos empregos. A prioridade para o Brasil agora é saúde, emprego e renda. Esperamos que, assim que o Congresso retorne, resolvido o problema das novas lideranças e presidências da Câmara e do Senado, que o Brasil possa avançar com as reformas”, declarou.

Segundo o Ministério da Economia, mesmo com o crescimento dos empregos formais entre julho e novembro, ainda não houve recuperação das perdas registradas entre março e junho. No período, início da pandemia no país, o Brasil registrou 1,618 milhão de demissões a mais do que contratações.

De julho a novembro, foram abertas 1,46 milhão de vagas com carteira assinada. Com o resultado positivo de janeiro e fevereiro, porém, o ano fechou no positivo — confirmando uma previsão do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Em dezembro de 2020, houve fechamento de vagas. Esse é um mês que tradicionalmente há demissões de trabalhadores com carteira assinada.

Em dezembro do ano passado, foram fechadas 67.906 vagas formais. No mesmo mês de 2019 por exemplo, as demissões superaram as contratações em 307 mil vagas.

Programa de manutenção do emprego

Segundo o Ministério da Economia, o programa de manutenção do emprego, que possibilita a suspensão do contrato de trabalho e a redução de jornada com pagamento de uma complementação por parte do governo, ajudou a evitar a perda de vagas em 2020 e, com isso, contribuiu para o resultado do emprego formal nos últimos meses.

De acordo com dados oficiais, 9,84 milhões de trabalhadores tiveram jornada reduzida ou contrato de trabalho suspenso ao longo dos últimos meses. A previsão do governo é de pagar R$ 34,3 bilhões neste ano dentro do programa. Até o momento, R$ 33,4 bilhões foram gastos. Parte dos valores estão sendo pagos em 2021.

Dados do IBGE

Também nesta quinta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o desemprego no Brasil teve a segunda queda seguida em 2020, ficando em 14,1% no trimestre encerrado em novembro. No entanto, cerca de 14 milhões de brasileiros ainda estavam desempregados.

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad), que usa uma metodologia diferente da do Caged, do Ministério da Economia. Os dados do Caged são coletados das empresas e abarcam o setor privado com carteira assinada, enquanto que os dados da Pnad são obtidos por meio de pesquisa domiciliar, e abrangem também o setor informal da economia.

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