Anvisa autoriza retomada de testes da CoronaVac; Butantan anuncia retorno imediato dos estudos

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Por Lara Pinheiro, Mariana Garcia e Patrícia Marques, G1 e TV Globo

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou que os testes da CoronaVac, a vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac para a Covid-19, serão retomados. O Instituto Butantan, responsável pela aplicação das doses no Brasil, disse que os estudos reiniciarão imediatamente, ainda nesta quarta-feira (11).

” A ANVISA informa que acaba de autorizar a retomada do estudo clínico relacionado à vacina Coronavac, que tem como patrocinador o Instituto Butantan”, disse a agência, em nota.

Há dois dias, os testes haviam sido suspensos pela Anvisa por causa da morte de um dos voluntários. Segundo a nota divulgada pela agência nesta quarta, o “evento adverso grave” que levou à suspensão ainda está sendo investigado. A Anvisa informou que “não está divulgando a natureza” do ocorrido em respeito à privacidade e integridade dos voluntários de pesquisa”.

Resumo

Na noite de segunda-feira (9), a Anvisa suspendeu temporariamente os testes da CoronaVac no Brasil. Ao fazer o anúncio, a agência citou “evento adverso grave” com voluntário, mas não deu detalhes.

Ainda na noite de segunda, o diretor do Instituto Butantan, que conduz os testes no Brasil, disse à TV Cultura que o incidente era uma morte não relacionada à aplicação vacina.

Na manhã desta terça, o presidente Jair Bolsonaro celebrou a suspensão dos testes e citou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), seu adversário político.

Ainda manhã desta terça, o governo de São Paulo afirmou ser impossível relacionar o “evento adverso grave” à aplicação da vacina no voluntário.

Horas depois, um boletim de ocorrência da Polícia Civil de São Paulo obtido pela TV Globo indicou que a causa da morte do voluntário foi suicídio.

No início da tarde desta terça, a Anvisa disse em entrevista coletiva que a decisão de interromper os testes da CoronaVac foi “técnica” e baseada na falta de informações.

Na nota divulgada nesta quarta em que anunciou a retomada do estudo clínico, a agência disse: “A Anvisa entende que tem subsídios suficientes para permitir a retomada da vacinação e segue acompanhando a investigação do desfecho do caso para que seja definida a possível relação de causalidade entre o EAG [evento adverso grave] inesperado e a vacina”.

Em nota, o diretor do Butantan, Dimas Covas, afirmou que a retomada dos testes é “uma excelente notícia”. O instituto confirmou que o retorno dos estudos irá ocorrer já nesta quarta-feira, com a liberação para inclusão de novos voluntários e também aplicação de novas doses.

Em setembro, o governo de São Paulo acordou a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, que já esteve no centro de uma disputa envolvendo Bolsonaro, o Ministério da Saúde e Doria. O acordo prevê que a Sinovac vai transferir tecnologia de produção para o Brasil por meio do Butantan, que é ligado à Secretaria de Saúde de São Paulo.

Bolsonaro e Doria divergem desde o início do ano sobre as medidas contra a pandemia de Covid-19 e se tornaram adversários políticos declarados.

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