Bolsonaro pede que população deixe de usar elevador para economizar energia
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O Globo
O presidente Jair Bolsonaro voltou a pedir à população, durante sua live semanal, nessa quinta-feira, que tome atitudes para combater o risco da falta de energia devido à atual crise hídrica. Ele enfatizou que, se não chover, o país poderá ter “problemas” no futuro.
Desta vez, além de pedir que “apague uma luz em casa”, o líder do Executivo nacional sugeriu que as pessoas deixem de usar o elevador.
— Aqui (no Palácio da Alvorada) são três andares. Quando tem que descer, mesmo que o elevador esteja aberto na minha frente, eu desço pela escada. Se puder fazer a mesma coisa no seu prédio… Ajude a gente. Quanto menos mexer no elevador, mais economia de energia nós temos — disse Bolsonaro durante a live.
Maior cride hídrica em 90 anos
No final de agosto, o presidente já havia feito apelo semelhante durante outra apresentação ao vivo nas redes sociais.
Bolsonaro ainda pediu para que se façam outros sacrifícios no dia a dia em casa, como tomar banho frio:
— Tomar banho é bom, mas se puder tomar banho frio, é muito mais saudável. Ajude o Brasil.
O presidente acrescentou:
— Até faço um pedido para você agora: tem uma luz acesa a mais na sua casa? Por favor, apague. Nós estamos vivendo a maior crise hidrológica dos últimos 90 anos. Se você puder apagar uma luz na sua casa, apague. Se puder desligar seu ar-condicionado, se não puder… Está com 20ºC, passa para 24ºC, gasta menos energia.
Enquanto cientistas alertam que questões como desmatamento para utilização de terras pela agropecuária e incêndios florestais estão associados diretamente ao aumento da crise hídrica, pouco ou nada tem sido feito pelo governo para combater esses problemas.
Ao contrário, o desmonte da estrutura de fiscalização tem permitido que essa situação se amplie consideravelmente.
Ainda durante a gestão do então ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, o que se viu foi a dilapidação do orçamento federal. O corte da verba total da pasta chegou a 35,4%, atingindo em cheio, sobretudo, a manutenção de estruturas de fiscalização, que necessitariam de um mínimo de R$ 110 milhões.
No entanto, acabaram tendo que se equilibrar com insuficientes R$ 83 milhões para combater desmatamento ilegal, inspecionar níveis de poluição, uso de agrotóxicos, mineração ilegal, tráfico de animais silvestres e madeira etc.
Aumento de tarifa
Uma das únicas ações, até agora, tomadas na esfera federal veio através da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que anunciou, no fim de agosto, a criação de uma nova bandeira tarifária, que taxou o consumidor no valor de R$ 14,20 por 100kW/h, desde 1º de setembro. O novo valor representa um aumento de 49,6% (ou R$ 4,71) em relação à atual bandeira vermelha de patamar 2.
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