AstraZeneca atualiza dados e afirma que vacina de Oxford tem eficácia de 76% contra casos sintomáticos de Covid

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Farmacêutica divulgou novos dados depois de pedido de revisão de comitê de monitoramento americano. Na segunda (22), a eficácia divulgada havia sido de 79% contra casos sintomáticos. Em idosos com 65 anos ou mais, nova eficácia foi de 85%.

A farmacêutica AstraZeneca atualizou, na noite de quarta-feira (24), os dados de eficácia da vacina que desenvolveu em parceria com a Universidade de Oxford contra a Covid-19. A empresa afirmou que a vacina tem eficácia de 76% contra casos sintomáticos da doença; em idosos com 65 anos ou mais, o novo índice é de 85%.

A farmacêutica ainda aguarda a avaliação de 14 possíveis casos de Covid, o que pode fazer com que a eficácia ainda sofra uma ligeira mudança. A vacina foi bem tolerada em questões de segurança.

A eficácia contra casos graves e aqueles que precisam de hospitalização continuou sendo de 100%, conforme havia sido divulgado na segunda-feira (22). Naquela data, a AstraZeneca havia anunciado 79% de eficácia, com 80% entre idosos a partir dos 65 anos.

Os dados significam que, nos testes, a vacina conseguiu reduzir em 76% a proporção de casos sintomáticos que ocorreriam se as pessoas não tivessem sido vacinadas. Da mesma forma, significa que conseguiu evitar todos os casos graves da doença, além de hospitalizações no grupo vacinado que ocorreriam se as pessoas não tivessem sido vacinadas.

A atualização foi feita depois que o conselho de monitoramento dos ensaios da vacina se manifestou, na terça-feira (23), pedindo que a farmacêutica revisasse os dados de eficácia. O conselho expressou “preocupação” de que a AstraZeneca pudesse ter incluído informações desatualizadas dos ensaios clínicos.

O conselho avaliou que isso “pode ter fornecido uma visão incompleta dos dados de eficácia” da vacina de Oxford.

Como os testes haviam sido feitos, em parte, nos Estados Unidos, a AstraZeneca poderia, com os resultados, pedir autorização de uso emergencial no país (veja detalhes mais abaixo).

No Brasil, a vacina teve o registro definitivo concedido há duas semanas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e já é aplicada desde janeiro.

Os testes

Os testes, de fase 3, foram feitos com 32.449 voluntários nos Estados Unidos, no Chile e no Peru. Na fase 3, os cientistas analisam a segurança e a eficácia de uma vacina em larga escala, normalmente com milhares de voluntários.

A cada duas pessoas que receberam a vacina, uma recebeu um placebo (substância inativa) para servir de grupo controle. Nem os cientistas, nem os participantes sabiam quem estava recebendo a vacina e quem recebia o placebo. As pessoas foram distribuídas de forma aleatória (randomizada) em cada grupo.

Dos 32.449 voluntários que participaram dos testes, 190 tiveram sintomas de Covid-19. Foram incluídos, na nova análise dos dados, 49 casos de Covid que não estavam na primeira (antes, apenas 141 casos sintomáticos da doença haviam sido considerados). Pode ser que outros 14 ainda sejam adicionados, então a estimativa de eficácia ainda pode mudar ligeiramente.

Cerca de 20% dos voluntários tinham 65 anos ou mais, e cerca de 60% tinham comorbidades associadas a um risco maior de complicação para a Covid-19, como diabetes, obesidade severa e doenças cardíacas.

Na divulgação anterior dos dados da pesquisa, a AstraZeneca afirmou que não encontrou “nenhum risco maior de trombose [formação de coágulos]” entre os 21.583 participantes que receberam pelo menos uma dose da vacina.

Liberação nos EUA

As doses da vacina britânica poderão não ser necessárias nos Estados Unidos. Se a vacina de Oxford obtiver autorização de uso no país, é improvável que fique disponível antes de maio, avaliou o jornal americano “The New York Times”. Até então, as autoridades americanas preveem que as outras três fabricantes com vacinas aprovadas nos EUA – Moderna, Pfizer e Johnson – estarão produzindo doses suficientes para todos os americanos adultos.

Até a manhã de quarta-feira (24), 46,3 milhões de pessoas haviam sido completamente vacinadas (com ambas as doses de alguma vacina) contra a Covid-19 nos EUA, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC) do país. No Brasil, 4,4 milhões de pessoas receberam as duas doses de algum imunizante.

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