Coronavac induz resposta imune até 28 dias após 1ª dose, afirma estudo

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Os resultados iniciais de um novo estudo clínico com a Coronavac, vacina contra o novo coronavírus criada pela empresa chinesa Sinovac e produzida no Brasil junto ao Instituto Butantan, se mostraram animadores: em artigo publicado no The Lancet Infectious Diseases nesta terça-feira (17), o imunizante com base no vírus Sars-CoV-2 inativado se mostrou seguro e eficaz. Ele induziu a produção de anticorpos em mais de 700 indivíduos saudáveis, com idade entre 18 e 59 anos, que participaram da pesquisa na China.

O levantamento aponta que a resposta imunológica ocorreu dentro de 28 dias após a primeira dose da vacina, sendo necessária uma segunda injeção após 14 dias. Os efeitos colaterais observados foram leves e desapareceram em até 48 horas. Dor no local da aplicação foi o mais relatado pelos participantes.

Os níveis de anticorpos induzidos pela vacina foram mais baixos do que aqueles observados em pessoas que infectadas e que se recuperaram da Covid-19, mas com base nos estudos pré-clínicos, feitos com macacos, os pesquisadores acreditam que a Coronavac forneça a proteção necessária.

Os cientistas também identificaram que a dose ideal para gerar respostas mais altas de anticorpos, levando em consideração os efeitos colaterais e a capacidade de produção, é de 3 microgramas (µg). Mas isso ainda será avaliado com maior profundidade em estudos de fase 3 já em andamento.

“Nossas descobertas mostram que Coronavac é capaz de induzir uma resposta rápida de anticorpos dentro de quatro semanas de imunização, dando duas doses da vacina em um intervalo de 14 dias”, pontua Fengcai Zhu, coautor do estudo e pesquisador do Centro Provincial de Controle e Prevenção de Doenças de Jiangsu, na China, em comunicado. “Acreditamos que isso torna a vacina adequada para uso de emergência durante a pandemia. No entanto, são necessários mais estudos para verificar quanto tempo a resposta de anticorpos permanece após a vacinação”, pondera.

Mudanças

Segundo o estudo divulgado no Lancet, entre a primeira e a segunda etapas dos estudos, os pesquisadores alteraram o processo de fabricação da Coronavac para aumentar a capacidade de produção. A alteração não piorou os efeitos colaterais do imunizante e ainda aumentou a resposta imune, com mais voluntários produzindo anticorpos contra o Sars-CoV-2.

Os cientistas observaram que a mudança resultou em um número maior de proteínas spike na superfície do vírus inativado que compõe o imunizante, fator importante para o sistema imunológico reconhecer o coronavírus e atacá-lo.

REDAÇÃO GALILEU

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