Governo do Estado adia terceira fase da reabertura da economia

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Pedro Vitorino

O Governo do Rio Grande do Norte adiou nessa segunda-feira (27) o início da terceira e última fase do Plano de Retomada Gradual da Atividade Econômica. A fração adiada permitiria a abertura de bares e restaurantes de maior porte a partir da próxima quarta-feira (29), que agora ficará para o dia 05 de agosto.

A decisão foi tomada após recomendação do Comitê Científico Estadual da Covid-19. O colegiado apresentou dados sobre a elevada taxa de transmissão de 111 municípios potiguares. As cidades apresentam, hoje, taxa acima de 1,03, o que pode impactar em uma retomada no número casos confirmados da doença no Estado.

“O Estado aprovou a recomendação do Comitê, que foi decidida por unanimidade. Com prudência e cautela, o Governo considera uma medida sensata para que não tenhamos no estado retomada no aumento de casos nas próximas semanas. Vamos adiar por uma semana a primeira fração da terceira fase do plano”, afirmou o secretário estadual de Saúde Pública (Sesap), Cipriano Maia.

Apesar de o Estado ter iniciado o dia com a taxa geral de ocupação de leitos críticos para pacientes de Covid-19 em 66,6%, o que revela redução na taxa de ocupação, os estudos do Comitê Científico mostram que as três principais cidades do Estado, Mossoró, Natal e Parnamirim, têm taxas preocupantes de transmissão.

O coordenador do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS) e integrante do Comitê Científico de assessoramento ao Governo do Rio Grande do Norte, Ricardo Valentim, explicou que foram analisados os dados da pandemia e tomada a decisão de orientar o Governo em relação à prorrogação.

“Além das aglomerações nas praias e em bares, tivemos as filas nas agências da Caixa Econômica Federal. A redução na taxa de isolamento social vem em queda gradual. A taxa de transmissibilidade é confortável em algumas regiões, mas há municípios nestas mesmas regiões com taxa variando acima do que podemos considerar viável para continuar com a retomada da abertura. São os casos de Mossoró e Pau dos Ferros, por exemplo. É preciso um prazo de 15 dias para consolidar dados. Então achamos importante esperar os dados da próxima semana para recomendar o Governo a continuar com a próxima fase da abertura gradual” explicou Ricardo Valentim.

Ele acrescentou que o Estado do RN consolida paulatinamente o avanço no combate à Covid-19, mas alerta que “a pandemia não acabou, o vírus continua presente no RN e em processo de interiorização.

RN tem 48% população em cidades com taxa de transmissão elevada para Covid-19

O Rio Grande do Norte tem 111 com cidades com taxa elevada de transmissão para o novo coronavírus. Ao todo, estes municípios contabilizam 1,7 milhão de pessoas, o que representa 48% de toda a população do Estado, segundo informações do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Segundo o levantamento dos pesquisadores, a taxa de transmissão elevada coloca os 111 municípios em “alerta vermelho” ou em “zona de perigo” para o contágio da Covid- 19. Nestes locais, a taxa de transmissibilidade está acima de 1,03. Desta forma, cada paciente infectado pode transmitir a doença para mais uma pessoa, ou mais.

Os dados elevam a preocupação para uma possível retomada no crescimento nos casos da doença em todo o Estado. O temor ocorre por conta do registro de 44 cidades com taxa de transmissão acima 2. Em algumas cidades, como Taboleiro Grande, Rafael Fernandes e Olho D’água dos Borges, a taxa está acima de 6. Ou seja, uma pessoa pode infectar até seis pessoas.

Os dados dos pesquisadores mostram que, em média, os 111 municípios listado na faixa vermelha estão com taxa de transmissão de 2,33. Isso pode fazer com que haja uma retomada no crescimento exponencial da doença.

Segundo os pesquisadores, que publicaram recomendações ao Governo do Estado, em razão dos de transmissibilidade, o processo de retomada da economia precisa ser adiado por 15 dias. O prazo vai permitir para que se observe a tendência da pandemia no Rio Grande do Norte. Além disso, a recomendação pede para ampliar a fiscalização e a aplicação de multas.

Por fim, os pesquisadores pedem reforço nas medidas restritivas nas cidades com taxa de transmissão acima de 1,03. “Sendo essas de responsabilidades dos municípios, podendo, inclusive, os municípios fecharem os limites por até 15 dias”, apontam.

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