Coronavírus: quarentena ioiô será o ‘novo normal’ até pandemia ser controlada

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O tão sonhado “novo normal”, quando todas as atividades econômicas são retomadas com segurança, pode, na verdade, ser uma “quarentena ioiô”. Pelo menos nos próximos meses. O recuo na flexibilização nas três capitais do Sul do país, Curitiba (PR), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS), além de cidades do interior paulista e do Nordeste, é um exemplo de que devemos nos habituar a conviver com o abre e fecha de acordo com a curva de contágio do novo coronavírus em cada região.

“Após três meses de pandemia, não há como manter tudo fechado. Os comitês científicos de cada cidade ou estado devem analisar os indicadores disponíveis, como a taxa de transmissão da doença, que deve ser abaixo de 1”, alerta a pneumologista Margareth Dalcomo, da Fiocruz.

Para o professor de Epidemiologia da Uerj e da UFRJ Guilherme Werneck, o abre e fecha já era previsto, mas ele critica algumas medidas tomadas de forma precipitada

“Muitos não seguem o receituário indicado para a reabertura. Na primeira evidência de que há uma melhora, mandam abrir tudo. Mesmo quando há bons indicadores, é preciso esperar um pouco e ter a certeza de que há tendência de estabilidade. É mais seguro abrir de forma lenta”.

Curitiba, por exemplo, viu a ocupação dos leitos de UTI aumentar de 49% para 85%, e o número de casos de Covid-19 triplicar somente no mês de junho. A prefeitura da capital paranaense havia autorizado a reabertura do comércio ainda em abril. Shoppings, igrejas, academias e bares puderam voltar a funcionar em maio. Mas já foram anunciadas novas medidas restritivas, e a secretária municipal de Saúde, Márcia Huçulak, chegou a afirmar na semana passada que a cidade poderia adotar um lockdown.

Porto Alegre, que chegou a relaxar as regras de distanciamento social com a reabertura do comércio, começou a determinar a volta de algumas restrições na semana passada, com o fechamento de vários setores. Diante do aumento do número de internações em UTIs — a taxa de ocupação é de 72% dos leitos —, a prefeitura publicou novo decreto, na madrugada de terça-feira, retomando o nível de isolamento vigente em março, com comércio, indústria e construção civil tendo que interromper novamente as atividades.

Prefeituras de cidades da Grande Florianópolis anunciaram nesta quarta-feira mais rigor nas restrições após o aumento dos casos. Além da capital, São José, Palhoça e Biguaçu publicaram decretos proibindo aglomerações e tornando obrigatório o uso de máscaras.

Juazeiro, na Bahia, flexibilizou a quarentena em 1º de junho, mas a taxa de ocupação de UTIs saltou de menos de 70% para 92%, o que levou a prefeitura a mandar, segunda-feira, que as lojas voltem a fechar, além de impor um toque de recolher das 20h às 5h.

Por Extra

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