Foto: ASSOCIATED PRESS/Unidad de Microscopía Electrónica del ISCIII
Um dia após a confirmação do primeiro caso de varíola dos macacos no Brasil, conforme mostrou com exclusividade o g1, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nessa quinta-feira (9) um documento técnico com orientações de prevenção e mitigação da doença em hospitais, clínicas e demais serviços de saúde que estão prestando atendimento a casos suspeitos.
Segundo a Nota Técnica, é recomendável que esses serviços de saúde também elaborem e implemente um plano de contingência para determinar ações estratégicas no enfrentamento desses possíveis casos e investiguem a ocorrência de casos suspeitos ou confirmados vindos de dentro do próprio serviço de saúde ou não.
As principais medidas preventivas e de controle da infecção por monkeypox (varíola dos macacos em inglês) destacada pela Anvisa são as seguintes:
Distância mínima de 1 metro entre os leitos dos pacientes;
Isolamento de pacientes infectados até o desaparecimento das “crostas” das lesões;
Se possível, a acomodação do caso suspeito ou confirmado deve ser realizada, preferencialmente, em um quarto privativo com porta fechada e bem ventilado (ar condicionado que garanta a exaustão adequada ou janelas abertas);
Suspensão de visitas e acompanhantes para diminuir o acesso de pessoas ao infectados;
Instalação de barreiras físicas nas áreas de triagem de casos suspeitos;
Pacientes que desenvolvam erupção cutânea devem ser isolados ou auto isolados, conforme as orientações do Ministério da Saúde e avaliados como um caso suspeito. A Anvisa também orienta que uma amostra deve ser coletada para análise laboratorial.
Ainda de acordo com a agência sanitária, profissionais de saúde devem sempre usar EPI (equipamento de proteção individual) adequado quando estiverem atendendo pacientes e ao tocar produtos e superfícies que tiveram contato com essas pessoas.
“Sempre que for prestada assistência em distância inferior a 1 metro ou quando se adentrar o quarto do paciente infectado deve-se usar avental, luvas e máscara cirúrgica, além de óculos de proteção ou protetor facial”, orienta a Anvisa.
Como ainda não existem produtos sanitários no mercado específicos para esse tipo de vírus, a Anvisa recomenda também que resíduos hospitalares sejam tratados como de alto risco individual e moderado risco para a comunidade, e que sejam acondicionados em sacos apropriados, da cor vermelha.
Vacinas e medicamentos
A Anvisa informou ainda que, até o momento, não recebeu solicitação de autorização para vacina ou medicamentos contra a varíola ou varíola dos macacos.
Conforme também mostrou o g1 em reportagem no último mês, as duas vacinas que temos hoje contra a varíola são a ACAM2000, da Sanofi Pasteur, e a JYNNEOS (também conhecida como Imvamune ou Imvanex), da Bavarian Nordic. Nenhuma delas está amplamente disponível no mundo.
Hoje, tanto a Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA, na sigla em inglês) como os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) ressaltam que os dois imunizantes podem ser usados para controlar o surto de varíola dos macacos.
Porém, a OMS não recomenda a adoção de nova campanha de vacinação em massa, tendo em vista que o atual surto pode ser controlado com vigilância e rastreamento de contatos.
Entrada de viajantes
Outras orientações sobre a entrada de viajantes em portos e aeroportos também constam na nota técnica da Anvisa.
Segundo o documento, as atuais medidas sanitárias vigentes por causa da pandemia, como o uso de máscaras, etiqueta respiratória, distanciamento físico e higienização de superfície, podem reduzir o risco de disseminação tanto do SARS-CoV-2 (o vírus causador da Covid-19) como do vírus da varíola dos macacos.
Por g1