Seguindo protocolo da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde alertou os 196 países signatários do Regulamento Sanitário Internacional (RSI) sobre a nova variante do coronavírus registrada em Manaus.
“Seu objetivo [do RSI] é ajudar a comunidade internacional a prevenir e responder a graves riscos de saúde pública que têm o potencial de atravessar fronteiras e ameaçar pessoas em todo o mundo”, declarou o ministério em nota.
As primeiras informações vieram a público quando o governo japonês anunciou que as autoridades de saúde do país encontraram a variante do vírus em quatro viajantes que estiveram no Amazonas e voltaram ao Japão em 2 de janeiro. A variante também foi responsável pela reinfecção de uma paciente de 30 anos que mora em Manaus e já se recuperou da doença.
Variante de Manaus
A variante detectada nos viajantes que estiveram no Brasil é a B1.1.248 com 12 mutações na proteína spike, que conecta o patógeno à célula infectada.
De acordo com a Fiocruz Amazônia, as sequências vistas nas amostras dos japoneses acumularam um número incomum de alterações genéticas, além daquelas na proteína spike, que se assemelham ao padrão observado em linhagens do Reino Unido e da África do Sul. Segundo o pesquisador e vice-diretor da instituição, Dr. Felipe Naveca, ela apresenta uma série de mutações vistas pela primeira vez.
Segundo a fundação, essa nova variante carrega mutações que já foram associadas à maior transmissão, mas ainda não é possível afirmar se ela é mais transmissível ou não.
Manaus vive uma crise de abastecimento de oxigênio, com o aumento de internações por Covid-19 em hospitais da capital. A principal empresa que fornece o insumo informou, na semana passada, que está com dificuldades de produção. O governo está recebendo oxigênio de outros estados em aviões da Força Aérea Brasileira. Nesta quinta (15), pacientes precisaram ser transportados para outros estados para receber atendimento. Cemitérios estão lotados e instalaram câmaras frigoríficas.
Além disso, o Amazonas voltou a bater o recorde de internações diárias. Nesta quinta-feira (14), foram 254 novas hospitalizações na capital, número mais alto registrado no estado desde o início da pandemia – mesmo com o colapso na rede de saúde vivido entre abril e maio de 2020. Outras quatro internações foram registradas no interior do estado, fazendo o total de casos chegar a 258 no estado.
O total de casos confirmados da doença desde o início da pandemia chegava a 223.360 nesta quinta, segundo dados do boletim divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS). O número de mortes é de 5.930.
Por G1