Nas escolas estaduais existe a preocupação em trazer de volta os alunos para as escolas, descobrir a razão que os mantém afastados e oferecer condições para que permaneçam estudando. A identificação daqueles que deixaram de acompanhar as aulas remotas e, agora, de retornar às atividades presenciais tem sido feita pelo programa “Busca Ativa”, estratégia do Unicef composta por uma metodologia social e uma ferramenta tecnológica disponibilizadas gratuitamente para estados e municípios.
O programa identifica o aluno, georeferencia através das informações das escolas e, dessa forma, o assistente social ou o agente de saúde pode encontrá-lo e descobrir qual é a situação desse aluno e qual é a melhor forma de trazê-lo de volta, resolvendo o problema existente se possível.
“Assinamos ainda em 2019 o convênio com o Unicef para identificar alunos que se evadem, que se reprovam e saber o porquê não vêm para a aula e começamos a aplicar durante a pandemia. Está sendo feito esforço junto com os municípios para ir em busca dos que não estão vindo, se é porque tem algum problema de saúde, porque mudou de cidade, porque mudou de escola, para, a partir desse levantamento, entrar a parte da assistência social e a área de saúde.”, explicou o secretário de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer (Seec), Getúlio Marques.
Com o retorno presencial, corrido no mês de outubro, o desafio também é atender àqueles que estão de volta às escolas, contudo, o grau de defasagem e o nível de evasão só será possível conferir com maior segurança no final do ano, segundo o secretário, aplicando planos de trabalhos diferentes de acordo com as deficiências. “Nosso trabalho agora é ter um plano de educação para os que já estão na escola. Com esse retorno, precisaremos fazer avaliação de diagnóstico com outros que não tenham tido acesso às atividades remotas. Só poderemos ter o balanço no final do ano”, explicou Getúlio Marques.
O Sigeduc (Sistema Integrado de Gestão da Educação) traz ferramentas para a gestão escolar e dá suporte a diversas atividades, desde freqüência das aulas, até acesso aos pais e professores. Os professores criam salas de aula virtuais na plataforma que foram utilizadas para as aulas remotas. Porém, dos 222 mil alunos matriculados neste ano, cerca de 30 mil não acessaram o Sistema. “Esse é um número de aferição, mas é relativo porque podem ter acessado outros meios, como as atividades impressas ou outras formas remotas de aula, externas ao sistema. Mesmo entre os 180 mil que acessaram, um grupo de 20 mil ficou abaixo da média de frequência. Consideramos que esse grupo precisa de apoio tecnológico. Cerca de 20% a 25% precisará de apoio tecnológico”, avaliou o secretário.
Uma das medidas, segundo o secretário, é levar internet banda larga gratuita para escolas de 40 cidades do interior através da SEEC, de modo que os alunos consigam acessar a rede também em casa. “Estamos fazendo contrato para que todos os municípios tenham banda larga paga pela secretaria. A torre da escola transmitirá até 15km beneficiando cerca de 82 mil alunos. Vamos começar a usar ferramentas antes não usadas por falta de capacitação de professores ou de recursos e os alunos usarão moldem para ter acesso em casa”, prevê Getúlio Marques.