Foto: Breno Esaki/Agência Saúde
A Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte emitiu uma nota técnica para prefeituras, e instituições de saúde públicas e privadas do estado para investigação de possíveis casos de reinfecção por Covid-19 no estado. De acordo com o governo, porém, não há nenhum caso registrado desde o início da pandemia, no RN.
O documento, publicado nesta terça-feira (20), determina como deve ser o fluxo de notificação de possíveis casos. De acordo com a recomendação, os exames deverão ser refeitos em pacientes que voltarem a apresentar sintomas de síndrome gripal depois de 60 dias após o primeiro teste positivo.
A Sesap também proíbe o descarte de amostras de sangue que tiveram resultado positivo para o coronavírus. De acordo com o Estado, os laboratórios da rede pública e privada devem armazenar as amostras por tempo indeterminado.
Veja a nota técnica.
Mesmo a pandemia tendo sido decretada em março, apenas em 24 de agosto, em Hong Kong, houve a confirmação de um caso de reinfecção pelo SARS-CoV2 em um indivíduo assintomático, 4 meses e meio após o primeiro episódio sintomático de Covid-19.
De acordo com o governo do estado, a confirmação foi realizada após os pesquisadores sequenciarem o genoma das duas amostras virais que infectaram o indivíduo e detectaram que o vírus da segunda infecção era diferente da primeira, confirmando assim a possibilidade de reinfecção pelo SARS-CoV2.
De acordo com Alessandra Lucchesi, subcoordenadora da Vigilância Epidemiológica do RN, diante dessa nova perspectiva, recomenda-se o acompanhamento de pacientes Covid-19 por tempo prolongado independente da diminuição dos sintomas.
“Até 90 dias após a primeira infecção é possível encontrar fragmento viral na naso e orofaringe do paciente. Como até o presente momento nenhum paciente positivou em RT-PCR após 90 dias da data da primeira confirmação de infecção, optamos por ampliar a sensibilidade da rede de vigilância no RN com a investigação de possíveis casos”, esclarece Alessandra Lucchesi.
Por isso, qualquer paciente que tenha o teste RT-PCR positivo numa primeira infecção e que após 60 dias apresente qualquer sintoma de síndrome gripal será investigado para possível caso de reinfecção.
“Esse procedimento só será válido com pacientes que apresentem o diagnóstico com a RT-PCR. Essa investigação consiste na análise tanto dos aspectos clínicos, quanto do genoma do vírus, ou seja da estrutura genética do vírus, para que a gente consiga identificar uma possível reinfecção”, finaliza a subcoordenadora.
Investigação
De acordo com a Sesap, a investigação só terá andamento à investigação se for verificado resultado posivo para SARS-CoV2 na segunda amostra coletada.
“As amostras da primeira e segunda testagem devem ser separadas, caso essas amostras não estejam localizadas no LACEN (Laboratório Central do Estado) serão requisitadas aos laboratórios privados pelos municípios de residência dos referidos pacientes, de modo que essas deverão ser encaminhadas ao LACEN em até 1 dia últil após o atesto do recebimento da requisição, seguindo as normativas já existentes para correto transporte e armazenamento”, diz a nota.
O Laboratório Central deverá fazer a reavaliação das duas amostras e caso ambas sejam confirmadas positivas novamente, elas serão enviadas a um laboratório de referência para ser realizado o sequenciamento do genoma viral e analise comparava dos mesmos. A partir disso, os pesquisadores dirão se houve uma reinfecção ou a reativação da doença.
Por G1 RN