Elisa Elsie
O Rio Grande do Norte registrou queda de 43% nos pedidos por internações de pacientes com covid-19 do dia 6 de julho até essa quarta-feira (20). Os dados são do RegulaRN, sistema desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN). Ainda de acordo com o LAIS, a fila para leitos críticos está zerada em todo estado. A taxa de ocupação desses leitos atualmente é de 69,4% em todo o Rio Grande do Norte.
O mês de julho tem se mostrado estável, em consequência, registra diminuição nos pedidos para internação, tanto em leitos clínicos, quanto em leitos de UTI. “A redução dos novos casos diários é sustentável porque já vem ocorrendo por mais de 15 dias seguidos (…) tanto é que isso já está se refletindo numa queda forte dos pedidos por internação por covid-19 no estado do Rio Grande do Norte”, afirmou o diretor executivo do LAIS, Ricardo Valentim.
Segundo o diretor, a redução nos pedidos por internação é um dado que precisa de destaque pois é ainda mais preciso do que o número de casos diários. Isso significa que os casos graves da doença estão em queda, influenciada pelo avanço da vacinação. “A vacinação não tem somente influência sobre queda nos pedidos por internação, ela tem uma influência forte no tamanho na onda, ou seja, no tamanho da curva de transmissão”, explicou.
A vacinação infantil em período escolar também foi um fator que contribuiu para essa redução, pois evitou a transmissão do vírus para adultos, idosos e pessoas com comorbidades, mais suscetíveis a internação e aumentando, de acordo com ele, a rede de proteção imunológica da sociedade. “Agora nós tivemos uma onda muito pequena, quando comparado com a ômicron é quase que insignificante esse aumento de casos porque não repercutiu na rede assistencial, ou seja, não aumentou as internações de maneira significativa, não só pelo aumento da cobertura vacinal no RN, mas sobretudo pela imunização das crianças em período escolar”, disse.
Essa redução é motivo de comemoração para os potiguares, pois demonstra a importância da ciência e da pesquisa para a sociedade, além da efetividade de políticas públicas de imunização. “Uma pandemia com a gravidade que nós tivemos, e rapidamente a ciência contribuiu para que as autoridades públicas de saúde pudessem responder adequada e oportunamente, então isso é algo que deve sim ser comemorado e celebrado”, concluiu.
Panorama de junho
Em junho, houve um aumento de casos de covid-19 no país. De acordo com Ricardo Valentim, o pico de casos aconteceu na última semana do mês, entre o dia 25 e 26. “O aumento desses casos começou na última semana de maio e foi até o dia 25, 26 de junho, quando foi o pico. Depois disso, a média móvel de novos casos diários para sete dias começou a mostrar uma redução sustentável de novos casos”, explicou.
Essa foi a primeira alta desde o mês de fevereiro, de acordo com os boletins epidemiológicos divulgados pela Secretaria de Saúde Pública (Sesap). Nesse período, o Governo do Estado voltou a recomendar o uso de máscaras em ambientes fechados, parte das medidas restritivas de enfrentamento ao covid. Vale lembrar que, antes disso, o Brasil passava por um relaxamento nessas medidas, com liberação do uso de máscaras, além do retorno de eventos de grande porte, comemorações tradicionais do mês de junho e afins.