Foto: Paulo Cezar Filho/Igarn
O Rio Grande do Norte possui uma média acumulada de 70% entre os principais reservatórios do Estado, com aproximadamente 3,9 milhões de metros cúbicos de água. Essa é uma estimativa de Paulo Sidney, diretor-presidente do Instituto de Gestão de Águas do Rio Grande do Norte (Igarn), confirmada em entrevista ao programa Ligado na Cidade, da Jovem Pan News Natal, nesta sexta-feira (12).
“Como estamos ainda na metade da quadra chuvosa, pode ser que tenhamos um dos melhores anos em termos de recarga dos reservatórios dos últimos 12 a 13 anos. Um resultado espetacular”, afirma o diretor-presidente do Igarn. Ele ressalta ainda que antes existia uma preocupação com a região do Seridó na segurança hídrica, em razão do baixo nível de água no começo de 2024, que teve a situação revertida após as fortes chuvas distribuídas em todo Estado.
Com os reservatórios Dourado e Gargalheiras em capacidade máxima, a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) estima que o fornecimento de água para a região de Acari e Currais Novos está assegurado pelos próximos quatro anos, mesmo sem novas recargas.
Atualmente, o Rio Grande do Norte possui uma capacidade hídrica 4,4 bilhões de metros cúbicos, com forte influencia do Reservatório Armando Ribeiro que sozinho consegue armazenar até 2,4 bilhões. Após a entrega de Oiticica, que tem previsão para o segundo semestre de 2024, o Estado deve alcançar uma capacidade de 5 bilhões de metros cúbicos, informou Paulo Sidney.
A Barragem de Oiticica recebeu com uma nova liberação de R$ 46,4 milhões pelo Governo Federal. Ao todo, já foram executados R$ 678,2 milhões na obra. O reservatório terá capacidade de armazenamento de 598 milhões de metros cúbicos. O anúncio do adiamento da entrega aconteceu ainda no dia 3 de abril com alegação de fortes chuvas. O prazo anterior era até o primeiro semestre.
De acordo com Paulo Sidney, o projeto Adutora Seridó, realizado em parceria com o Governo Federal, deve captar água abaixo de Oiticica e antes de Armando Ribeiro, com estimativa de que um dos cinco trechos consiga solucionar o atendimento de água em “quase todo Seridó”.
Riscos da sangria
A lâmina de água é controlada pelo Igarn de forma constante apenas em regiões de perigo. Paulo Sidney, diretor-presidente do Igarn, afirma que a bacia que alimenta o Açude dos Pataxó em Ipanguaçu, em razão das localidades baixas que existem nas proximidades, é uma das áreas monitoradas. “Qualquer lâmina de sangria do Pataxó, que aumenta o nível do Rio, já causa problema na cidade em alguns bairros”, alertou.
Tribuna do Norte