Por Inter TV Cabugi e g1 RN
A Prefeitura de Parnamirim, na Grande Natal, anunciou que decidiu manter a Lagoa Azul, que surgiu durante a escavação para uma obra de saneamento na cidade, em janeiro, e elabora estudos para construção de uma área de lazer no entorno. A obra de saneamento será realocada.
A água de cor “azul turqueza” viralizou na internet em janeiro, após ser comparada com o buraco azul, em Jericoacoara, no Ceará, e praias paradisíacas ao redor do mundo. Os primeiros estudos no local apontaram que a água é própria para consumo.
“Acredito que, no mais tardar, antes do final do ano a gente apresente esse projeto. A gente vai ouvir a população, vai ter audiências públicas, para que a gente preserve aquela área ali”, afirmou o prefeito da cidade, Rosano Taveira.
A ideia, segundo ele, é que seja implantado um espaço de convivência, com “caminhódromo”, quadras, pista de skate e possivelmente um mirante para contemplação.
Por outro lado, o gestor descartou a possibilidade de o local virar um balneário. Isso porque o banho irregular de pessoas, atualmente, já causou contaminação a água, que está mudando de cor.
Contaminação
A mudança na cor e a contaminação foram constatadas em novos testes realizados nesta terça-feira (7) pela Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern). Segundo os técnicos, foram encontrados coliformes fecais.
As informações foram divulgadas por representantes dos órgãos públicos durante uma entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (8).
Segundo o presidente da Caern, Roberto Sérgio Linhares, a mudança ocorreu por causa do uso inadequado da área. Embora a lagoa esteja dentro de um canteiro de obras cercado por tapumes, com acesso exclusivo a operários, pessoas têm desobedecido os limites, para nadar na lagoa.
“O banhista faz xixi dentro da água, faz o que não pode, e como ela está confinada, ela não se renova, acontece essa contaminação. Do ponto de vista físico-químico, é uma água que sai do lençol freático totalmente adequada para o consumo e quase mineral, mas hoje o buraco azul está contaminado por bactérias, inadequado para banho e outros usos. Ela já começou a mudar de cor, está ficando esverdeada. Se continuar essa prática ela vai ficar mais verde escura e quase preta. Essa água não tem renovação”, afirmou.
Ainda de acordo com ele, o lago azul de Parnamirim apresenta diferenças em relação ao buraco azul de Jericoacoara, por exemplo, que facilitam a contaminação. Um deles é o tamanho.
“Primeiro, lá (no Ceará) o espaço é bem maior e o sedimento é calcário, não o sedimento argiloso que temos aqui. O buraco de Jeri é centena de vezes maior que o daqui”, considerou.
Obra de saneamento mantida
Ainda de acordo com Roberto Sérgio, a obra de saneamento que era realizada no local em que a lagoa foi descoberta será mantida, mas em uma área cerca de 50 a 60 metros distante do lugar original. O presidente da Caern afirmou que a estação vai ampliar de 5% para 70% a cobertura de esgotamento sanitário da cidade.
“Aquele terreno é muito grande e o município nos apontou uma área vizinha, 50 a 60 metros depois, que não vai ter custo adicional praticamente nenhum para a obra, o que era uma preocupação. Isso já foi resolvido e nós vamos continuar para que a obra seja entregue. Queremos encerrar a estação em seis meses e começar a coletar e tratar o esgoto em oito meses. O cronograma vai ser mantido pela solução dada”, pontuou.
De acordo com o prefeito, uma contenção está sendo feito pela prefeitura no local e a guarda municipal vai fazer vigilância da lagoa para impedir o banho no local.