Foto: Julio Cavalheiro
Um plano elaborado pela Secretaria Estadual de Educação em parceria com outras 15 entidades prevê volta às aulas no Rio Grande do Norte com cerca de 30% de alunos nas escolas, esquema de rodízio nas turmas e ensino híbrido (presencial e à distância). O documento, que contem diretrizes para a retomada em todas as redes de ensino, foi entregue pelo governo ao comitê científico do estado, que irá avaliá-lo.
Apesar de apresentar as diretrizes que deverão ser adotadas pelas escolas no estado, o documento não aponta uma data para a retomada. A definição do calendário deverá ser feita pelo governo do estado, somente após o parecer favorável do comitê científico. O grupo tem reunião nesta quarta-feira (2).
O documento tem mais de 80 páginas e prevê uma retomada baseada em 4 fases. Veja os principais pontos de cada uma delas:
Fase 1: Já em andamento
– constituição de comitês e comissões para elaboração de Plano de Retomada Gradual
– diagnóstico das unidade de ensino, com avaliação das condições de pessoal, profissionais e estudantes em grupos de risco, comorbidades, casos de Covid-19 na família; etc.
Fase 2: Até 10 dias após a publicação dos Planos de Retomada e protocolos da Fase 1
– retorno gradual dos servidores, com a organização de estratégias de formação e de capacitação de profissionais da educação
– acolhimento socioemocional das equipes, com previsão de teletrabalho para profissionais que fazem parte dos grupos de risco.
Fase 3: Primeira semana após autorização do Governo do Estado
– Retorno gradual dos estudantes, com medidas de acolhimento, orientação e a assistência às famílias
Fase 4: Planejamento continuado das atividades pedagógicas e construção de estratégias para identificação, acompanhamento e reinserção de estudantes não retornaram à escola
Entre as diretrizes para as escolas, o documento aponta que a retomada às aulas deve ser de forma gradual e com rodízio. Para isso, a sugestão é que o percentual a ser estabelecido seja em média de 30% dos estudantes, de funcionários terceirizados e pessoal de apoio adequado para o funcionamento da unidade escolar.
As escolas também deverão “considerar a alternância, semanal ou quinzenal dos estudantes, sua redistribuição por horários, dias, turmas, ano/série, etapas e modalidades, o fluxo dos tempos escolares como entrada, saída, intervalo, merenda e os usos dos espaços pedagógicos das escolas”.
Também deverão ser indicadas estratégias pedagógicas para reposição das aulas do período excepcional e transitório de atividades não presenciais ou de outros eventos. A escola terá que assegurar a reorganização curricular, o cumprimento do calendário escolar e das 800 horas regulamentares para o Ensino Fundamental e as 1000 horas anuais para o Ensino Médio, bem como o cumprimento de pelos menos 75% da carga horária prevista nos cursos das escolas em regime de Tempo Integral.
“Além de possibilitar que estudantes sigam interagindo de forma presencial e não presencial, o ensino/aprendizagem no formato híbrido vem colaborar para que o calendário escolar 2020 seja efetivado nas escolas e que a carga horária definida pelos documentos orientadores seja cumprida”, aponta o documento entregue pelo governo do estado.
Conforme o protocolo, as escolas deverão dedicar “especial atenção” aos concluintes do 9° ano do Ensino Fundamental, da 3ª série do Ensino Médio, para recuperação e reposição das aulas e dos objetos de conhecimento, “para submeterem-se a exames que lhes garantam o certificado de conclusão, de modo a não serem prejudicados em relação aos seus objetivos futuros de ingresso no mundo de trabalho ou de acesso ao Ensino Superior”.
Por Igor Jácome, G1 RN