Foto: ADRIANA TOFFETTI/A7 PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Por Patrícia Basilio, G1
Com a crise hídrica enfrentada pelo país e a queda do nível dos reservatórios de hidrelétricas, a conta de luz terá uma taxa extra ainda mais elevada em julho. O aumento da bandeira tarifária vermelha patamar 2 – anunciado nesta terça-feira (29) – vai pesar no bolso da famílias e representar uma alta de 5,45% na conta do próximo mês na comparação com junho.
Nesta terça, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou um reajuste na bandeira tarifária vermelha patamar 2 para as contas de julho.
A cobrança passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos, uma alta de 52%.
Segundo a Aneel, o acionamento além do previsto de usinas termelétricas para garantir o fornecimento de energia em 2021 vai custar R$ 9 bilhões aos consumidores. De janeiro a abril deste ano, o uso emergencial dessas usinas já custou R$ 4,3 bilhões.
Entenda o impacto no seu bolso
Com o reajuste, uma família que consome 152 kWh por mês, por exemplo, terá uma conta de luz no valor de R$ 124,59 em julho quando começa a vigorar a bandeira vermelha patamar 2. Em junho, antes do aumento, esse valor foi de R$ 118,15 (veja no gráfico mais abaixo).
Os cálculos foram feitos por Marcos Rosa dos Santos, professor de engenharia elétrica do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT). Eles já levam em conta os custos com PIS, Cofins e ICMS. As projeções desconsideraram tributos municipais.
O forte impacto da crise hídrica nas contas de luz também fica evidente quando se faz a comparação considerando a hipótese de a bandeira verde estar em vigor, portanto, sem a cobrança de valor extra.
Em junho, com a bandeira verde, a mesma família gastaria em torno de R$ 105,79. Nesse cenário, haveria um alta de 17,7% no mês de julho.
Foto: G1
Consumo doméstico em alta
Dados do Ministério de Minas e Energia apontam que o consumo de eletricidade no Brasil deve crescer a uma taxa média de 2,1% ao ano entre 2019 e 2030, sendo que a demanda doméstica deve avançar 44% neste intervalo.
Segundo Luiz Carlos Pereira, professor de engenharia elétrica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o próprio aumento da conta de luz deve frear o consumo de energia dos brasileiros, uma vez que o orçamento das famílias já está comprometido pela alta inflação do país.
“Estamos utilizando um recurso de emergência. Se quisermos ter uma matriz elétrica renovável, a disponibilidade energética do país vai ter de acompanhar sua capacidade de geração de energia”, afirmou o engenheiro.
Entre os vilões da conta de luz estão equipamentos que consomem energia para gerar calor, como chuveiro elétrico, secadora de roupas, aquecedor e ferro de passar (veja no vídeo acima).
Eletrodomésticos tradicionais também aumentam os gastos, principalmente geladeira, micro-ondas, freezer e máquina de lavar roupas.
Trocar lâmpadas fluorescentes por lâmpadas led;
Apagar as luzes durante o dia;
Reduzir tempo de banho para, no máximo, 5 minutos;
Passar apenas as roupas necessárias;
Desligar equipamentos em desuso da tomada;
Diminuir a temperatura da geladeira no inverno;
Se possível, trocar eletrodomésticos antigos por modelos novos.
G1