Na primeira semana de janeiro, RN registra maior número de casos de Covid-19 desde julho de 2021

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Por Julianne Barreto, Inter TV Cabugi

Na primeira semana do 2022, o Rio Grande do Norte teve a maior média semanal de novos casos de Covid-19 desde o mês de julho de 2021.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, foram registrados 2.732 casos – um crescimento de 107% na comparação com a ultima semana de dezembro, quando houve 1.314 notificações em sete dias.

O resultado do início de janeiro representa o maior número de infectados desde julho, quando, em uma semana, 4.453 pessoas foram diagnosticadas com a covid-19 no estado.

Segundo a Sesap, os dados representam um alerta. Especialistas relacionam o aumento à presença da variante ômicron e às festas de final de ano e têm recomendado a cobrança de testes em eventos sociais.

“Temos tido um aumento do número de notificações, apesar do apagão de dados do Ministério da Saúde, que tem dificultado esse monitoramento. Mas, mesmo assim, a gente vem acompanhando esse crescimento que se superpõe inclusive ao grande número de ocorrências e procura de serviços de saúde por pessoas com quadro gripal, criando uma sobrecarga nas portas de pronto-atendimento”, diz o secretário de Saúde, Cipriano Maia.

Porém, o aumento de casos não tem refletido em crescimento da ocupação de leitos de UTI. Nesta segunda-feira (10), o percentual de ocupação de leitos de UTI na rede pública era de 25%. Na semana passada ainda estava maior, em torno de 32%.

Tanto a Sesap quanto especialistas acreditam que o não aumento de internações tem relação com o avanço da vacinação no estado, mas não retira a necessidade de cuidados, principalmente com a população idosa e com comorbidades.

“A gente tem que ficar muito alerta, especialmente se tivermos em nossas casas pessoas com imunocomprometimento, porque essa variante pode causar forma grave mesmo em pessoas que já estão vacinadas com a terceira dose, mas que estão nesse grupo. Faço um alerta para os idosos, que enfrentam a senescência do sistema imunológico, que deixa de trabalhar de forma mais eficiente. Tenham cuidado redobrado para se proteger”, afirma a imunologista da UFRN, Janeusa Souto.

Nesta semana, instituições e órgãos públicos do estado anunciaram o retorno de restrições por causa do aumento de casos de covid e também de síndromes gripais. O IFRN adiou em duas semanas o retorno das aulas presenciais, que era previsto para esta segunda-feira (10). Já o Ministério Público Estadual voltou a suspender o atendimento presencial para a população.

Vacinação

Pelo menos 75% da população acima de 12 anos está vacinada com a primeira e a segunda dose da vacina contra a Covid-19 no RN – um percentual considerado significativo. Mas no momento de presença de uma nova variante, existe a preocupação especial com a aplicação da dose de reforço.

Em Natal, por exemplo, mais de 35 mil pessoas estão com a dose de reforço em atraso. Nesta semana, o Laboratório de Inovação Tecnológica da UFRN – Lais – recomendou que a cobrança de testes de covid seja uma regra em eventos de massa, para quem ainda não tomou a dose de reforço.

“Casos os município optem por realizar eventos, é importante que exijam dessa população que, além de vacinada faça um teste para garantir que essa pessoa está nagativa para a Covid-19. No caso do Rio Grande do Norte, 80% da população adulta ainda não tomou a terceira dose”, afirmou Ricardo Valentim, diretor do Lais.

A Secretaria de Saúde informou que ainda está analisando junto ao comitê científico se será necessária a criação de novas restrições em eventos.

“Com certeza o que estamos vivenciando é efeito da variante ômicron, que já foi identificada no estado e na maioria do Brasil e que explica, junto com as aglomerações no fim do ano, o aumento da transmissibilidade. Dai a nossa orientação para que as pessoas reforcem as medidas de vigilância, do uso dos protocolos sanitários, que os promotores de evento exijam o protocolo vacinal e mantenham as medidas de distanciamento para que a gente reduza a transmissão, seja da Covid-19, seja das sindromes gripais”, diz o secretário Cipriano Maia.

Segundo a pasta, o que é certo no momento é que o uso de máscara ainda é necessário. Mesma orientação da imunologiste Janeusa Souto.

“Se a pessoa não tiver uma máscara N-95, que use uma máscara cirúrgica com uma de pano por cima, porque a ômicron tem um poder de espalhamento muito grande. E a máscara deve estar muito ajustada ao rosto. Não adianta ficar com a boca ou o nariz de fora”, disse.

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