Gás de cozinha chega a R$ 130 no Rio Grande do Norte

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O gás liquefeito de petróleo (GLP), o popular botijão de gás de cozinha, passará a ser comercializado por até R$ 130 a partir deste sábado (12) no Rio Grande do Norte. Em algumas cidades, o preço já estava sendo praticado sexta (11). O valor vai sofrer reajuste em virtude do aumento anunciado pela Petrobras de 16,1% para as distribuidoras.

“Quem tem estoque vai continuar vendendo com o preço antigo, mas quem vai recebendo estoque novo, já faz o repasse com preço novo. A orientação aos nossos revendedores é de repassar o preço somente quando receber o botijão com preço novo da Petrobras”, explica o presidente do Sindicato dos Revendedores Autorizados de Gás Liquefeito de Petróleo (Singás-RN), Francisco Correia.

O valor vai sofrer novo reajuste em função do aumento de 16,1% para as distribuidoras, anunciado pela Petrobas. Segundo a estatal, o preço passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg, equivalente a R$ 58,21 por 13kg.

O produto não era reajustado há 152 dias. No RN, o preço médio na semana entre 27 de fevereiro e 05 de março era de R$ 109,49, podendo chegar a preço máximo de R$ 120, segundo pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

“Após  serem observados preços em patamares consistentemente elevados, tornou-se necessário que a Petrobras promova ajustes nos seus preços de venda às distribuidoras para que o mercado brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras”, diz nota da estatal.

Em Natal, vários comerciantes reclamam e lamentam do reajuste. É o caso de Washington Araújo Lima, 31 anos, que vende pasteis na avenida Rio Branco, na Cidade Alta. Após o anúncio do reajuste, ele disse que vai avaliar a possibilidade de subir o preço dos pasteis, atualmente custando a R$ 1,50.

“Fica ruim para todo mundo. Está chegando numa situação insuportável. Vou tentar segurar o preço, porque o pessoal já acha um pouco salgado, mas vou tentar segurar o preço, não sei se vou conseguir”, comenta.

Para Domingos Sávio, 65, dono de um restaurante há 22 anos na avenida Princesa Isabel, apesar do aumento no gás de cozinha, reajustar o valor do almoço não é algo pensado neste momento.

“Eu tenho algumas opções para mudar, como a carne, legumes, mas gás, energia e água não tem o que fazer. Não penso em aumentar o preço, porque se reajusto, afasta o cliente. Pra muita gente, R$ 0,50 faz diferença. Meu reajuste é anual, teve período de segurar para mais de um ano”, explica.              

O vendedor de churros e pasteis, Francisco Silva, 50 anos, também lamenta o reajuste no botijão de gás e pensa parecido sobre aumentar os valores dos seus produtos.

“Um botijão desse dura 15 dias. Esse aumento fica difícil, a gente não vê nada de coisa boa, só aumento e cada vez vai ficando difícil, o que a gente ganha vai ficando defasado, a inflação come tudo. Fica difícil aumentar porque as coisas estão aumentando e não se pode repassar porque o dinheiro está circulando pouco. Se aumentar afasta os clientes”, diz.

As elevações nos preços de combustíveis costumam se espalhar por outros produtos e serviços da economia, contaminando a inflação como um todo, declarou Pedro Kislanov, gerente do Sistema de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).”É um impacto que não fica localizado nos combustíveis, mas, sim dissemina para outros componentes”, disse Kislanov.

“Quando você tem uma alta tanto da gasolina quanto do diesel, você acaba tendo um efeito disseminado na economia como um todo, como frete serviços. Acaba impactando os preços dos bens e serviços que compõem o IPCA”, completou. A gasolina é o item de maior peso no IPCA, 6,47%. O gás de botijão tem peso de 1,37%.

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