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Um estudo publicado por pesquisadores chineses mostrou que uma terceira dose da Coronavac, vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica Sinovac, impulsiona o número de anticorpos produzidos pelo organismo. Os dados não significam, necessariamente, que países que aplicam esta vacina, como o Brasil, devem dar uma dose adicional agora. Mais pesquisas ainda são necessárias para determinar se isso será necessário.
Nesta segunda-feira, 26, a secretária extraordinária de enfrentamento à covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite, descartou que seja feita a aplicação de terceira dose – ou dose de reforço – de qualquer que seja o imunizante no País. No lugar, Rosana afirmou que a pasta já discute o calendário vacinal do próximo ano, o que será motivo de fórum entre especialistas brasileiros e comunidade internacional.
A pesquisa foi realizada com 540 adultos saudáveis de 18 a 59 anos. Parte deles recebeu uma terceira dose do imunizante e outra parte não. Os cientistas fizeram exames laboratoriais para identificar o nível de anticorpos produzidos pelos participantes da pesquisa. Os dados, publicados no domingo, 25, são preliminares e ainda não foram revisados por outros cientistas.
De acordo com a pesquisa, o nível de anticorpos neutralizantes cai após seis meses da aplicação da segunda dose. Quando os participantes recebem uma terceira dose, cerca de seis meses após a segunda, esses anticorpos voltam a aumentar de três a cinco vezes. Isso indica, segundo os pesquisadores, que o esquema de vacinação de duas doses de Coronavac gerou “boa memória imunológica”.
“Embora o título de anticorpos neutralizantes tenha caído para níveis baixos seis meses após a segunda dose, uma terceira dose foi altamente eficaz em relembrar uma resposta imune específica para o Sars-CoV-2, levando a um salto significativo nos níveis de anticorpos”, escreveram os pesquisadores, ligados ao centro de controle de doenças da província de Jiangsu, à Sinovac e a outras instituições chinesas.
Estudos com a terceira dose já foram realizados por pesquisadores responsáveis por outros imunizantes, como o da AstraZeneca. No caso da pesquisa chinesa, o protocolo dos ensaios foi alterado em junho do ano passado para avaliar os benefícios de uma terceira dose do imunizante.
Apesar do aumento do número de anticorpos gerado pela terceira dose, os cientistas ponderam na pesquisa que a decisão de oferecer a dose adicional deve levar em conta muitos outros fatores, como a efetividade das vacinas, a situação epidemiológica e a oferta dos imunizantes.
Por Tribuna do Norte