Crise de abastecimento de energia que atinge 13 das 16 cidades do Amapá completa oito dias

Compartilhe

A crise de abastecimento de energia que atinge 13 das 16 cidades do Amapá completou, nessa terça-feira (10), oito dias.

Uma padaria perdeu muita mercadoria nos primeiros dias do apagão. O dono decidiu comprar um gerador de energia de R$ 29 mil. “Eu estava com dois sacos de pães carecas, que é o pão francês, armazenado para assar. Tive que jogar na lixeira, no carro de lixo. Um freezer de picolé ainda estava quase pelo meio, tive que jogar no lixo”, conta Edmário Rocha, dono de padaria.

O movimento em um restaurante caiu pela metade. O gerente se queixa do rodízio de energia. “O rodízio não está sendo cumprido. Hoje era para ir meio-dia e foi nove horas da manhã. Então, não tem como a gente se programar em cima do horário deles, porque eles não cumprem o horário deles, o horário que eles passam pra gente”, lamenta David Cardoso, gerente do restaurante.

A Companhia de Eletricidade do Amapá recebeu mais de 300 reclamações sobre falhas no rodízio. Em alguns pontos do estado, o abastecimento não foi restabelecido nem parcialmente. No Arquipélago do Bailique, só quem tem gerador consegue energia.

A Delegacia do Consumidor em Macapá prendeu três pessoas por causa da cobrança abusiva do preço da água mineral. “O preço um absurdo, de R$ 15 a R$ 20. A água de um litro já cheguei a comprar a R$ 10”, afirma Isabel Lobato, enfermeira.

A Agência Nacional de Energia Elétrica está investigando as causas do apagão. A fiscalização vai apurar se houve falhas de manutenção ou na operação da subestação que pegou fogo na terça-feira passada (3).

“Se for constatada falha no planejamento, na operação ou na manutenção, as penalidades vão se advertência e até multa de 2% do faturamento da empresa”, diz André Pepitone, diretor-geral da Aneel.

O Ministério do Desenvolvimento Regional liberou nesta terça R$ 21,6 milhões para o estado do Amapá. A maior parte do dinheiro vai ser usado no aluguel de geradores e na compra de combustível para esses equipamentos, que vão atender principalmente unidades hospitalares.

A previsão do Ministério de Minas e Energia para normalizar o abastecimento é até sexta-feira (13).

Moradores do maior conjunto habitacional do estado, que fica em Macapá, fizeram um protesto na tarde desta terça-feira (10) para cobrar a normalização do abastecimento de energia e de água.

“Eu tive um prejuízo de quase R$ 5 mil porque o meu forno queimou. Tem pessoas que dependem de mim, funcionários, e sem energia não tem como”, diz Flávia Peixoto, dona de uma padaria.

“A gente tem crianças, tem idosos, tem pessoas com deficiência. Tem muita gente aqui que precisa dessa energia”, diz a comerciante Riceli Santos.

Por Jornal Nacional

Sair da versão mobile