MAGNUS NASCIMENTO
Foram registrados 826 novos casos de covid-19 no Rio Grande do Norte nessa terça-feira (21). Esse é o maior número apontado para um dia desde 24 de fevereiro, conforme mostram os boletins atualizados diariamente pela Secretaria Estadual da Saúde Pública (Sesap). A elevação dos casos é acompanhada de uma alta na ocupação dos leitos críticos para tratamento da doença. Do início de junho para cá, a média móvel de ocupação de UTIs Covid saltou de cerca de 45% para 65%. A Sesap vê tendência de aumentos de casos no estado.
“Nós já vínhamos percebendo esse aumento nos últimos 15 dias. Nessa semana a gente ainda espera esse aumento de casos”, afirmou a subcoordenadora de vigilância epidemiológica da Sesap, Diana Rêgo. Ela acredita que as subvariantes da Ômicron (BA.4-like e BA.5-like) em circulação no Rio Grande do Norte podem estar associadas à elevação dos registros.
Nos primeiros 21 dias de junho, 9.683 novos casos foram registrados no estado. Como comparação, durante todo o mês de maio foram 845 notificações. Os casos em acompanhamento tiveram um aumento de 513%, sendo 7.597 pacientes potiguares enquadrados nessa situação.
Em oposição, os óbitos contabilizados neste mês são menos da metade do que em maio. Foram confirmadas 16 mortes em junho, enquanto que no mês anterior esse número foi de 33 óbitos registrados. A maior parte desses números são de casos que estavam sob investigação. As últimas duas confirmações foram confirmadas pela Sesap nesta terça, uma em Macaíba e outra em Carnaubais.
“É muito importante que as pessoas continuem se vacinando e que completem o esquema com as doses de reforço. Nós percebemos que os casos de solicitação de internação e os óbitos de deste mês de junho são de pessoas que não tinha o esquema completo, algumas nem com a terceira dose”, destaca Diana Rêgo. A subcoordenadora de vigilância epidemiológica pede atenção especial para pessoas de 40 anos, com a liberação da 2ª dose de reforço (D4), e o público infantil.
De acordo com dados da plataforma RN+Vacina, 255.571 mil pessoas com doses em atraso. Ao todo 2,7 milhões de potiguares tomaram duas doses de vacinas ou o imunizante de dosagem única, o que corresponde a 85% da população em geral. A 1ª de reforço (D3) foi tomada por 1,6 milhão (50%), e a 2ª de reforço (D4), por 278 mil (8%).
Autoteste
Desde o início do ano, a população brasileira pode realizar o autoteste para covid-19. A liberação, no entanto, não afasta a necessidade de notificar os casos. Para isso, a Sesap conta com a plataforma Notifica RN.
O registro de casos, sejam positivos ou negativos, deve ser feito de forma imediata através do sistema de informação disponível na plataforma (https://notificarn.saude.rn.gov.br/Publico-Auto-Teste), mantendo a Sesap informada sobre a situação epidemiológica do estado e com condições de traçar as estratégias corretas para o enfrentamento.
“A Sesap desenvolveu uma série de estratégias para garantir a notificação de todos os exames realizados tanto nas redes assistenciais, nos serviços de saúde ou o autoexame que é comprado em farmácia. Para isso disponibilizamos, de forma pioneira no Brasil, a plataforma Notifica RN. Ela é intuitiva, para que o cidadão possa fazer o registro do resultado para covid-19 e assim seja possível ter a clareza e os dados mais precisos com relação ao adoecimento aqui no Rio Grande do Norte”, disse a coordenadora de Vigilância em Saúde da Sesap, Kelly Lima.
A notificação deve ser feita em até 24 horas após o teste, seja positivo ou negativo. Após utilizado, o material deve ser descartado em local adequado conforme as normas sanitárias. Todas as informações são sigilosas e são inseridas no sistema automaticamente. “Quanto mais testes positivos, maior o número e o impacto na rede assistencial. Por isso é fundamental ter o registro desses testes e assim garantir o mapeamento e as ações efetivas e oportunas para as demandas que possam vir para o nosso Estado”, complementou Kelly Lima.
Caso seja positivo, o paciente deve permanecer em isolamento por dez dias, a contar do início dos sintomas e seus contatos domiciliares. É fundamental realizar atendimento clínico imediato, além de monitorado pela vigilância epidemiológica e atenção primária à saúde, prioritariamente.
“Dessa forma vamos garantir que esta nova onda que estamos seja mais controlada e com menos consequencias graves. Reforçando ainda a importância do reforço da vacina para os grupos indicados”, finalizou a coordenadora.
Tribuna do Norte