Covid-19: Brasil deve começar 2021 com 175 mil mortos, diz estudo americano

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Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

O número de mortos pela Covid-19 no Brasil deve chegar a 175 mil em janeiro de 2021, segundo projeção da Universidade de Washington. Com a margem de erro, esse número pode variar entre 170 mil e 181 mil. No mundo todo, o instituto estima que a marca de 2 milhões de mortos deve ser alcançada em 4 de janeiro.

Os dados do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde da universidade foram atualizados em 9 de outubro. A previsão é de que as mortes diárias, cuja média móvel foi de 496 na quarta-feira (14), devam estar em 122, com variação de 85 a 161. 

O cálculo leva em consideração um cenário semelhante ao atual, com flexibilização do distanciamento social e uso de máscara estimado em dois terços da população.  

Para Guilherme Werneck, epidemiologista e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), as previsões dos americanos batem com outros estudos feitos fora e no Brasil.

— É difícil não alcançar um número próximo desse — diz Werneck. — Não vejo nada que indique que vamos incrementar as medidas de prevenção, nem por parte dos governantes nem da população. Não vejo um cenário com menos mortes. Mais mortes, no entanto, é possível.

Brasil tem ‘mistura de curvas’

De acordo com Werneck, a curva do Brasil é uma mistura de muitas curvas, já que cada estado e cidade experimentaram a epidemia em momentos diferentes. O que vai acontecer depende do comportamento da epidemia no passado — se houve impacto na imunidade coletiva, por exemplo, diminuindo chances de um aumento brutal.

Hoje, segundo dados da Universidade Washington, 66% dos brasileiros usam máscaras. Caso o uso chegasse a 95%, diz a projeção, mais de 7 mil vidas seriam poupadas.

Enquanto no Hemisfério Norte há uma preocupação que a pandemia se agrave em decorrência do inverno, o verão brasileiro também traz, com o calor, uma preocupação: a diminuição na adesão ao uso de máscara. 

— Eu entendo o incômodo mas não acho que é justificativa. As pessoas vão usar à medida que reconheçam o risco. Hoje quem usa ou está entre os resistentes, que realmente aderiram e não são afetados por ideias estapafúrdias, ou usa porque é obrigado, no ônibus, na loja, no mercado, mas sai dali e tira. É importante que seja reforçada essa ideia, de que a máscara ainda é uma das melhores opções individuais.

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