As fortes chuvas que vêm caindo sobre o Rio Grande do Norte no mês de março apontam para uma tendência de que o Estado tenha mais chuvas do que a média histórica neste terceiro mês do ano. Segundo dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), até o dia 17 deste mês, as precipitações registradas para o Estado foram de 96,6 mm. Comumente, a média para março é de 160 mm.
De acordo com os dados da Emparn, a região com as melhores médias no Estado nas últimas três décadas são o Oeste (198 mm) e a Leste (170 mm). Neste ano, segundo o chefe da Unidade de Meteorologia da Emparn, Gilmar Bristot, tem se observado uma situação atípica no litoral, com chuvas mais intensas.
“Isso não é comum, mas tem explicação: as condições do Oceano Atlântico, as águas superficiais de Natal à João Pessoa estão com temperaturas acima de 28,5 Cº, com mais liberação de umidade, se tem as instabilidades acontecendo em determinado horário do dia, principalmente de madrugada aqui no litoral, teremos essas chuvas pela influência do efeito brisa. Não é normal acontecer nessa época do ano. E no interior do Estado as chuvas estão acontecendo dentro da normalidade”, disse.
Bristot, no entanto, evita fazer comparações do atual mês com os outros anos, informando que só é possível fazer uma análise das precipitações após o encerramento do mês. “Tem chovido regularmente em todo o Estado nos últimos dias, mas não sabemos se essas chuvas vão continuar. A tendência é que continue, as condições são boas”, diz.
Segundo os dados da Emparn, do dia 1º de março até esta quinta-feira (17), os municípios que registraram mais precipitações acumuladas foram Poço Branco (361,4mm), Parnamirim (254,9), Taipu (248 mm), Severiano Melo (247,8 mm) e Encanto (234,6 mm). Outras cidades como Extremoz, Itajá, Alexandria, Martins, Francisco Dantas, Umarizal, Serra Negra do Norte e Natal registraram precipitações acima de 200 mm em março.
“Até o momento as expectativas do inverno têm se confirmado de acordo com as previsões da Emparn. O inverno está com boas distribuição de chuvas e os pequenos e médios reservatórios ganharam bastante água e reservatórios maiores também ganhando água”, avalia o presidente do Igarn, Auricélio Costa.
Barragens ganham volume
Os reservatórios do Rio Grande do Norte começam a ganhar volume com as chuvas do mês de março. No último domingo (13), o açude de Encanto transbordou com as últimas chuvas. O manancial possui capacidade para 5.192.538 m³. Outros 29 mananciais aumentaram de volume, ainda que alguns em pequena quantidade. A informação é do Instituto da Gestão das Águas do Rio Grande do Norte (Igarn).
“O volume, de 38,35% ainda está ligeiramente inferior ao mesmo período do ano passado. Mas, agora em março, esperamos que essas boas chuvas possam fazer com que os grandes reservatórios, aqueles 47 que acumulam acima de 5 milhões de m³ de água possam receber esse aporte e quem sbae ultrapassarmos a barreira dos 50, 55% de volume acumulado em 2022”, acrescentou Auricélio Costa, do Igarn.
As reservas hídricas superficiais totais do RN somam, atualmente, 1.681.425.722 m³, correspondentes a 38,41% da sua capacidade total, que é de 4.376.444.842 m³. No relatório volumétrico divulgado no dia 21 de fevereiro, as reservas hídricas potiguares somavam 1.678.463.845 m³, equivalentes a 38,35% da sua capacidade total.
A barragem Armando Ribeiro Gonçalves acumula 1.103.521.799 m³, correspondentes a 46,5% da sua capacidade total, que é de 2.373.066.510 m³. No dia 21 de fevereiro, o maior reservatório do RN estava com 1.100.136.075 m³, percentualmente, 46,36% da sua capacidade total.
Já a barragem Santa Cruz do Apodi, segundo maior manancial do RN, acumula 203.089.080 m³, equivalentes a 33,86%, que é de 599.712.000 m³. No relatório divulgado no final de fevereiro, o reservatório estava com 204.480.040 m³, correspondentes a 34,10%. Apenas de estar abaixo do volume apresentado no relatório anterior, em comparação com o volume apresentado na última quinta-feira (10), o manancial teve recarga positiva, apresentava 202.045.860 m³, percentualmente, 33,69% da sua capacidade.
Tribuna do Norte