Foto: Getty Images/BBC
As notificações de casos de dengue caíram 66,5% em 2020, considerando o período de janeiro até o último dia 19 de agosto, na comparação com 2019. Os dados são do boletim epidemiológico das arboviroses no estado, divulgado nesta quarta-feira (26) pela Secretaria Estadual de Saúde. Quanto aos casos confirmados, o RN registrou 2.425 pessoas doentes, contra 8.587 de janeiro a agosto de 2019 – uma redução de 71%.
A queda das notificações – registro feito pela rede de saúde quando o paciente apresenta quadro suspeito para a doença – também foi sentida para zika (-22,7%) e chikungunya (-41%). O número acabou refletindo também no número de casos confirmados e de mortes provocadas por essas doenças.
Para a Secretaria Estadual de Saúde, no entanto, o motivo não é exatamente que menos pessoas tenham adoecido, mas, a pandemia do novo coronavírus pode ter implicado no menor número de notificações por parte das unidades de saúde.
Em 2020, foram notificados 10.181 casos suspeitos de dengue, sendo confirmados 2.425. Em 2019, no mesmo período, foram notificados 30.450 casos, sendo confirmados 8.587. Enquanto as notificações caíram 65%, o número confirmado de casos caiu 71%. Ao todo, foram confirmados 5 óbitos por dengue em 2020. No mesmo período de 2019 as confirmações de óbito eram 15.
Em 2020 da semana epidemiológica 01 a 30 foram notificados 5.871 casos suspeitos de Chikungunya, sendo confirmados 1.888, e com 1 óbito confirmado. Em 2019, no mesmo período, foram notificados 10.063 casos, sendo confirmados 4.292 e com 15 óbitos confirmados pela doença.
Até o último dia 19, com um total de 984 casos suspeitos de Zika, o estado confirmou 50. Em 2019, no mesmo período, foram notificados 1.274 casos, sendo confirmados 66 casos.
“O cenário epidemiológico causado pela pandemia da Covid-19 provavelmente implicou no menor número de notificações. Nesse contexto, a população e os profissionais de saúde devem estar atentos aos seguintes sintomas: febre alta (39º a 40ºC) de início abrupto e com duração de 2 a 7 dias, associada à dor de cabeça, perda ou diminuição da força física, dor muscular, dor nas articulações, e dor ao redor dos olhos. Manchas vermelhas no rosto, tronco e membros além de anorexia, náuseas, vômitos e diarreia”, afirmou a secretaria.
Até o início deste mês de agosto, segundo a pasta, foram realizadas operações com carro-fumacê em 23 municípios, incluindo a capital, Natal, nos bairros do Planalto, Pitimbu, Neópolis e Pajuçara. Ainda de acordo com o estado, devido à pandemia, com a suspensão temporária do Levantamento Rápido de Índices (LIRAa e LIA) – que mede o índice de infestação vetorial do Aedes aegypti – a indicação para aplicação do fumacê foi baseada no aumento da incidência dos casos humanos e na confirmação laboratorial de sorologias para dengue, zika e chikungunya, ou seja, onde existe alto índice de pessoas doentes ou suspeitas e confirmação de transmissão das arboviroses urbanas.
Casos em gestantes
Ainda de acordo com a Sesap, a quantidade de casos de Zika em mulheres em idade fértil é fator de preocupação, principalmente nas gestantes, devido à capacidade do Zika Vírus de provocar microcefalia ou alterações no sistema nervoso central no feto gestado.
Em 2020 os municípios que mais notificaram caso de Zika em gestantes foram Açu (3), Parnamirim (3) e Mossoró, com 12 casos de zika em gestantes. Os municípios com crianças nascidas com microcefalia em 2020 são oito.
Já em 2019 os municípios que mais notificaram casos de Zika em gestantes foram São Paulo do Potengi (7), Pau dos Ferros (8), Lagoa Nova (11), Parnamirim (53) e Natal (163). Neste mesmo ano, 25 municípios apresentaram casos confirmados de crianças nascidas com microcefalia, sendo 05 confirmações em Touros, duas em Santa Cruz e 1 confirmação para cada outro município da lista citada.
Prevenção
Segundo a Secretaria, a melhor forma de prevenir as arboviroses é a intensificação das ações de controle vetorial do mosquito Aedes aegypti e a população deve sempre auxiliar no controle vetor. As recomendações são:
Manter quintais livres de possíveis criadouros do mosquito;
Esfregar com bucha as vasilhas ou reservatórios de água de animais;
Não colocar lixo em terrenos baldios;
Manter as caixas d´água sempre tampadas;
Observar vasos e pratinhos de plantas que acumulam água parada;
Observar locais que possam acumular água parada como: bandeja de bebedouros e de geladeiras, ralos, pias e vasos sanitários sem uso;
Receber a visita do agente de endemias, aproveitando a oportunidade para tirar possíveis dúvidas;
Manter em local coberto, pneus inservíveis e outros objetos que possam acumular água.
G1 RN