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Por G1 SP
Um lote com 1 milhão de doses prontas da vacina contra a Covid-19 CoronaVac, produzido na China, chegou ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na noite dessa terça-feira (29).
O Instituto Butantan entregará a remessa ao Ministério da Saúde, para o Programa Nacional de Imunização (PNI).
De acordo com o governo de São Paulo, o envio de vacinas prontas foi negociado durante encontro com representantes do laboratório chinês Sinovac, que vieram a São Paulo visitar as instalações do Instituto Butantan no último dia 22.
A maior parte das doses da CoronaVac já aplicadas no Brasil foi produzida pela fábrica do instituto, na Zona Oeste de São Paulo, a partir da matéria-prima da Sinovac proveniente da China.
A falta de matéria-prima foi o que gerou suspensões da produção de CoronaVac entre abril e junho deste ano. O Butantan leva de 15 a 20 dias, a partir da chegada do insumo, para processar, envasar e rotular o imunizante.
Na prática, o envio de doses prontas da CoronaVac pode representar uma aceleração da entrega das vacinas ao governo federal.
A nova fábrica do Butantan, que será responsável por todo o processo de fabricação da CoronaVac sem a necessidade de importação de insumos, ainda está em obras. A previsão é que o local fique pronto em dezembro.
Contrato com o Ministério da Saúde
No sábado (26), um novo lote com 6 mil litros de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) também chegou a São Paulo. Segundo o Butantan, ele é suficiente para a produção de 10 milhões de doses da CoronaVac.
A produção do imunizante em território nacional havia sido paralisada por falta de matéria-prima na última sexta-feira (18), após o envio de 2,2 milhões de doses prontas ao governo federal.
Ao todo, já foram encaminhadas 52,2 milhões de doses da CoronaVac ao PNI. Com a utilização do IFA recém-chegado e dos imunizantes prontos, o Instituto Butantan pretende alcançar 63,2 milhões de doses entregues.
Os dois contratos firmados com o Ministério da Saúde preveem a entrega total de 100 milhões de doses da CoronaVac até setembro deste ano, mas o governo estadual afirma que o prazo pode ser antecipado para agosto.
O Butantan cumpriu, em 12 de maio, a entrega de 46 milhões de doses da CoronaVac previstas no primeiro contrato. As últimas remessas enviadas são referentes ao segundo contrato, de 54 milhões de doses.
Histórico
Em 14 de maio, o Butantan já havia suspendido completamente a produção da CoronaVac por falta de matéria-prima. Na ocasião, cidades de ao menos 18 estados interromperam a vacinação com a segunda dose por falta do imunizante.
A China é fornecedora de matéria-prima para a produção tanto da CoronaVac, do Instituto Butantan, como da vacina Oxford/AstraZeneca, produzida pela Fiocruz.
O governo estadual atribuiu os entraves na importação a problemas de diplomacia causados pelo governo federal devido às constantes declarações contra a China.
Veja abaixo as entregas de doses do Butantan ao ministério:
Janeiro: 8,7 milhões
Fevereiro: 4,583 milhões
Março: 22,7 milhões
5 de abril : 1 milhão
7 de abril : 1 milhão
12 de abril : 1,5 milhão
14 de abril: 1 milhão
19 de abril: 700 mil
22 de abril: 180 mil
30 de abril: 420 mil
6 de maio: 1 milhão
10 de maio: 2 milhões
12 de maio: 1 milhão – totalizando as 46 milhões do primeiro contrato
14 de maio: 1,1 milhão
11 de junho: 800 mil
14 de junho: 1 milhão
16 de junho: 1 milhão
18 de junho: 2,2 milhões
29 de junho: 1 milhão