Foto: Sandro Menezes
Mais de 2,8 milhões de potiguares dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS). O dado consta na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de Covid-19 (Pnad Covid-19) que foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nessa quarta-feira (24). Esse número representa 80,5% da população total do Rio Grande do Norte.
De acordo com a pesquisa, os outros 20% dos potiguares conseguem ter um plano de saúde para tratamentos médicos. O levantamento feito pelo IBGE traçou um cenário do mercado de trabalho e saúde em todo o Brasil no mês de maio.
O relatório apontou ainda que um em cada quatro domicílios com idosos tem pessoas com sintomas conjugados do novo coronavírus. Isso representa 24,6% dos lares com idosos em todo o estado. Pessoas com sintomas conjugados são as que apresentaram, de forma aliada, perda de cheiro ou sabor ou tosse; febre e dificuldade para respirar; ou febre, tosse e dor no peito.
De acordo com o PNAD Covid-19, cerca de 258 mil pessoas no Rio Grande do Norte, ou 7,3% da população, apresentaram algum sintoma de síndrome gripal. Segundo o o IBGE, essa é a quarta menor proporção do país e a segunda do Nordeste.
Dessas 258 mil pessoas, 55 mil delas foram a alguma unidade de saúde para consulta, apontou a pesquisa.
Um dado econômico levantado pelo pesquisa é em relação ao auxílio emergencial: 53% dos domicílios do Rio Grande do Norte possuem um morador que recebeu o benefício. A média do rendimento proveniente do auxílio emergencial recebido pelos domicílios foi R$ 888,00.
Trabalho
Segundo o relatório do PNAD, aproximadamente 420 mil pessoas no Rio Grande do Norte não ocupadas não procuraram trabalho por conta da pandemia do novo coronavírus ou por falta de trabalho na localidade em que vivem. Esse número representa 29% dos não ocupados e é a segunda menor proporção do Nordeste, atrás da Paraíba (27%).
“No contexto de pandemia e isolamento social, o dado das pessoas impedidas de procurar trabalho por medo de contaminação ou por não encontrarem vagas na localidade onde moram é até mais importante que a taxa de desocupação. Isso porque essa taxa considera apenas aqueles que procuram efetivamente trabalho”, diz a pesquisa.
A taxa de desocupação (os com idade para força do trabalho e em busca de vaga no mercado) atualmente no estado é de 12,3%, a terceira maior do Nordeste e sexta do Brasil. Ao 173 mil potiguares estão atrás de trabalho, seja formal ou informal.
Em relação aos informais, o RN tem a menor taxa do Norte e Nordeste: 39,2%, que representa 483 mil potiguares. “O baixo índice de informalidade, nesse caso, não significa crescimento do mercado formal no período de pandemia, mas pode representar consequência da saída de muitas pessoas do trabalho informal da força de trabalho, ou seja, simplesmente pararam de trabalhar ou procurar trabalho no mês de maio”, explicou Flávio Queiroz, supervisor de Disseminação de Informações do IBGE no RN.