32 municípios do RN registram mais casos de Covid-19 em 2021 do que em todo o ano de 2020

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Foto: Divulgação/Site da Prefeitura de Pedra Preta

Por Norton Rafael e Leonardo Erys, Inter TV Cabugi e G1 RN

O Rio Grande do Norte tem 32 municípios que registraram mais casos de Covid-19 nos primeiros três meses de 2021 do que em todo o ano de 2020 (veja a tabela completa mais abaixo). Os dados foram comparados através do boletim epidemiológico diário da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap).

O maior aumento proporcional foi o do município de Pedra Preta, que teve um crescimento de 431% no número de casos. Em todo 2020, o município só havia registrado 16 casos confirmados de Covid-19. Até o dia 22 de março deste ano, foram 69. O município tem um óbito confirmado pela doença.

Aumento também relevante foi registrado no município de Tenente Laurentino Cruz, que teve 328% a mais de casos em 2021 do que em todo o ano passado, quando registrou 89 casos. Nesses primeiros três meses, foram 292.

Outros dois municípios tiveram aumento superior a 200%. Parelhas, que havia confirmado 274 casos de Covid-19 até dezembro de 2020, já registrou até março de 2021, 661 – o crescimento foi de 223%. Carnaúba do Dantas tinha 117 casos até o fim de 2020 e somou mais 325 neste ano, um crescimento de 278%.

Entre os municípios que mais registraram aumento de casos também está João Câmara, localizada na Região do Mato Grande. Desde o mês passado que o município havia decretado medidas de isolamento social rígido em função do aumento de casos e mortes pela Covid-19, além da pressão por leitos críticos no hospital da cidade.

Os dados da Sesap apontam que em três meses em 2021 a cidade teve 1.115 casos confirmados contra 623 em todo 2020. O aumento foi de 185%.

Na Grande Natal, o município de Extremoz teve aumento de 126%. Em 2021, foram 1.068 casos contra 847 durante todo o ano de 2020.

Casos de Covid-19 nos municípios

 

Casos até dezembro de 2020

Casos de janeiro a março de 2021

Casos total

Aumento (%)

Pedra Preta

16

69

85

431%

Tenente Laurentino Cruz

89

292

381

328%

Carnaúba dos Dantas

117

325

442

278%

Parelhas

274

611

885

223%

Jardim do Seridó

370

718

1088

194%

João Câmara

623

1.151

1.774

185%

Serrinha dos Pintos

123

224

347

182%

Serrinha

55

100

155

182%

Lagoa Nova

154

275

429

179%

Almino Afonso

91

155

246

170%

Alexandria

340

576

916

169%

Antônio Martins

85

143

228

168%

Ipueira

56

93

149

166%

Jardim de Angicos

24

39

63

163%

Ouro Branco

120

195

315

163%

Coronel João Pessoa

49

76

125

155%

Jundiá

140

210

350

150%

São Vicente

167

235

402

141%

Equador

57

79

136

139%

Florânia

267

349

616

131%

Extremoz

847

1.068

1.915

126%

Pureza

133

165

298

124%

Viçosa

108

133

241

123%

Acari

275

325

600

118%

Paraná

148

169

317

114%

Lucrécia

120

135

255

113%

Marcelino Vieira

219

244

463

111%

Senador Georgino Avelino

54

59

113

109%

Angicos

188

205

393

109%

Portalegre

162

174

336

107%

Rafael Godeiro

161

171

332

106%

Luís Gomes

157

166

323

106%

Fonte: Sesap

Agravamento da pandemia

O crescimento dos casos nos municípios vai ao encontro do que os especialistas e autoridades têm alertado há algumas semanas: o estado passa, neste momento, pelo seu pior momento da pandemia desde o início, cenário também da maioria das federações do país.

O aumento de casos tem refletido principalmente no aumento de internações. Atualmente o estado tem o maior número de pacientes com Covid-19 internados desde o início da pandemia: 1.072.

Isso tem feito com que haja uma pressão nos leitos críticos. Segundo o Regula RN, o estado atualmente está com mais de 93% de ocupação das UTIs. A fila por um leito, no entanto, tem mais de 128 pessoas.

No fim de fevereiro, a UFRN também confirmou a circulação das variantes P1 (provavelmente oriunda do Amazonas) e P2 (detectada no Rio de Janeiro pela primeira vez) no Rio Grande do Norte desde pelo menos dezembro. A universidade alertou naquele momento que as variantes poderiam estar associadas a uma maior dispersão da doença.

Estudos têm apontado que a P1 é uma variante considerada mais transmissível e capaz de driblar o sistema imune, o que facilita a disseminação e o contágio pelo vírus.

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